A morte da jornalista María Soledad Fernández, vítima de um acidente de carro na madrugada desta quarta-feira, fez a AFA (Associação de Futebol Argentino) cancelar a entrevista coletiva com jogadores após o treino. No lugar dos atletas, dirigentes apareceram com uma manifestação de apoio. Os repórteres do país vizinho já haviam se mobilizado para não perguntarem em um eventual encontro com atletas.

A comoção tem motivo duplo. María Soledad Fernández, 26 anos, faleceu na viagem de volta de São Paulo para Belo Horizonte. Além disto, ela era filha de Miguel Ángel 'Tití' Fernández, repórter do canal TyC e que acompanha a seleção da Argentina há mais de 20 anos.

"Quero pedir desculpas em nome do grupo, mas eles estão se sentindo mal. Este prédio está aberto sempre para o jornalismo, sempre fazemos coletivas, mas hoje não faremos isto. O jornalismo argentino está triste. O que posso pedir é que a gente faça uma oração", disse Juan Carlos Crespi, vice-presidente da AFA.

Um dos mais conhecidos repórteres na Argentina, Tití é também um dos mais respeitados entre os jornalistas. Nesta quarta-feira, não acompanhou a reapresentação da equipe de Alejandro Sabella para seguir de perto os trâmites burocráticos pós-morte da filha.

Do lado de fora da sala de conferências do CT do Atlético-MG, os jornalistas deliberaram sobre como prestar homenagem e solidariedade ao colega. Foi cogitado um minuto de silêncio, mas por fim a decisão era de não questionar quem fosse o entrevistado.

Horas antes, pelo Twitter, alguns jogadores da seleção argentina prestaram suas condolências. Ezequiel Lavezzi, Mascherano e Orion foram alguns deles.

"Estou profundamente abalado com o falecimento da filha de Tití Fernández. Meus mais sinceros pêsames para ele e toda a família", postou Orion. "Dor imensa pela morte da filha de Tití, um abraço grande para ele e sua família"

O acidente ocorreu na BR-381, na altura da cidade de Oliveira, no interior de Minas Gerais. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o veículo saiu da pista, capotou e caiu de uma ribanceira com cerca de seis metros de altura. María Soledad Fernández estava no banco de trás do carro, sem cinto de segurança.