Porto Alegre dá adeus à Copa com ótima média de gols e momentos inusitados

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

  • EFE/EPA/MOHAMMED MESSARA

    Franceses e hondurenhos não tiveram hinos nacionais executados, em um dos momentos inusitados do RS na Copa

    Franceses e hondurenhos não tiveram hinos nacionais executados, em um dos momentos inusitados do RS na Copa

Porto Alegre se despediu da Copa do Mundo quando o árbitro Sandro Meira Ricci encerrou o segundo tempo da prorrogação do duelo entre Alemanha e Argélia, pelas oitavas de final do torneio. A vitória por 2 a 1 dos europeus só comprovou a principal característica dos jogos na capital gaúcha: muitos gols. Foram 22 marcados em 5 partidas, que gera a impressionante marca de 4,4 gols por jogo. Além das redes balançando, momentos inusitados marcam a passagem da cidade na Copa. 

Dos 9 times que atuaram em Porto Alegre, apenas Honduras não fez gols. Foram 5 da Argélia, 3 da França, 3 da Argentina, 3 da Holanda, 2 da Austrália, 2 da Nigéria, 2 da Alemanha e 2 da Coreia do Sul. Entre os artilheiros aparecem Benzema, da França, Djabou, da Argélia, Messi, da Argentina, e Musa, da Nigéria, com dois gols cada. 
 
Entre os mais bonitos, o de falta de Messi contra a Nigéria, um chute de primeira de Cahill na derrota australiana para Holanda e o gol de letra, talvez um pouco sem querer, de Schürrle na prorrogação da classificação alemã. 
 
E não são só os gols que lembrarão Porto Alegre na Copa. Logo jogo de estreia, dois momentos fizeram a capital do Rio Grande do Sul entrar para história dos Mundiais. Antes da bola rolar, uma falha no sistema de som impediu a execução dos hinos nacionais de França e Honduras. Foi a primeira vez que isso ocorreu em uma Copa do Mundo. 
 
No mesmo jogo, a tecnologia deu as caras também de forma inédita. O gol contra do goleiro Valladares causou muita confusão. No lance, Benzema recebeu cruzamento e bateu forte. A bola acertou a parte interna da trave, mas sem ultrapassar a linha do gol. Depois correu no solo, bateu no goleiro hondurenho e entrou. O sistema de câmeras da Fifa, que estreia neste Mundial, foi utilizado e mostrou nos telões lance a lance. No primeiro, quando foi constatado que não houve gol, os hondurenhos vibraram. Mas em seguida o lance seguiu e o gol acabou validado, para vibração dos franceses.  
 
Na segunda partida da Copa do Mundo em Porto Alegre, mais um momento inusitado. No terceiro gol da Holanda, que venceu a Austrália por 3 a 2, um vídeo mostrado nos telões do estádio virou motivo de chacota aos torcedores do Internacional. O Fuleco, mascote oficial da Copa, apareceu na tradicional vinheta de gol. Mas em sua comemoração, imitou a dancinha do goleiro Kidiaba, conhecido pela celebração desde o Mundial de Clubes de 2010, quando seu time, o Mazembe, venceu o Internacional, dono do estádio Beira-Rio. Ninguém da Fifa se manifestou sobre o fato e, curiosamente, o vídeo jamais foi exibido novamente. 
 
No último jogo, não menos inusitada foi a cobrança de falta (mal) ensaiada pelos alemães. Cinco jogadores ficaram em volta da bola, Schwesteiger passou por ela, Müller também passaria, mas acabou escorregando, caiu no chão e o que era para ser um lance perigoso ficou mais parecido com uma cena de comédia. 
 
Na platéia, muitas foram as celebridades. Kanu, Arsené Wenger, Pepe Guardiola, todos estiveram no Beira-Rio. Maradona, por sua vez, 'furou' a partida entre Argentina e Nigéria, já que havia sido chamado de pé frio pelo presidente da AFA, Julio Grondona, no jogo anterior. 
 
E mesmo sem Don Diego, a movimentação argentina deixa outro momento marcante na trajetória portoalegrense no Mundial. A 'invasão' dos hermanos à capital gaúcha trouxe 80 mil pessoas, segundo dados da Secretaria de Turismo de Porto Alegre. A passagem resultou em alguns problemas como furtos e pequenos focos de confusão, mas nenhum registro grande foi feito. 
 
O sistema de transportes para o estádio Beira-Rio pode também ser considerado um sucesso. A maioria das pessoas utilizou os ônibus disponibilizados em linhas extras para o palco das partidas e não houve reclamações. 
 
Se algo faltou, foram festas. Porto Alegre não apontou uma vida noturna muito movimentada. Foram pequenas celebrações antes e depois de jogos, mas nunca em grandes proporções. E na despedida, nesta segunda-feira, a chuva e o frio fizeram questão de espantar os presentes. As principais celebrações ocorreram antes de jogos, no centro da cidade, ainda pela manhã. Neste quesito, os 5 mil holandeses que pintaram a cidade de laranja ou as bandinhas alemãs que tomaram conta do entorno do Beira-Rio ganham destaque. 
 
Foram cinco partidas, muitos gols, visitas estrangeiras, momentos inusitados, situações que não sairão facilmente da memória do gaúchos que viveram 15 dias do maior evento esportivo do planeta. 

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