Dúvida de Sampaoli escapou da morte em acidente de carro e já foi preso

Jeremias Wernek

Do UOL, em Belo Horizonte

  • AFP PHOTO / WILLIAM WEST

    13.jun.2014 - Tim Cahill, da Austrália, divide a bola com o chileno Gary Medel, na Arena Pantanal

    13.jun.2014 - Tim Cahill, da Austrália, divide a bola com o chileno Gary Medel, na Arena Pantanal

Gary Medel é tão fundamental para a seleção chilena que Jorge Sampaoli vai esperar pela recuperação de um problema muscular até o último minuto. A grande dúvida do adversário do Brasil neste sábado, no Mineirão, ganhou o apelido de pitbull pela intensidade na marcação, mas também leva uma vida bem agitada fora do campo. Aos 26 anos, ele já escapou da morte em um acidente de carro, viu uma garota se jogar no vazio direto da sacada de seu apartamento e, tempos depois, acabou detido no aeroporto por suposta agressão a uma jornalista.

Volante de origem, Medel é considerado um dos ícones do time chileno que desafia a seleção brasileira em Belo Horizonte. Improvisado como zagueiro, inicialmente com Marcelo Bielsa e agora com Sampaoli, é um dos alicerces da defesa que ora tem três defensores e ora se desfaz para ajudar a pressionar e atacar.

A fama bateu à porta do pitbull em 2007, após excelente Copa do Mundo sub-20. Revelado pela Universidad Católica, também andou pelo Boca Juniors e Sevilla. Atualmente joga no Cardiff City, do País de Gales. E ao mesmo tempo em que evoluiu no campo, se meteu em diversas confusões fora dele.

A primeira foi por dirigir embriagado, em outubro de 2007. Menos de um ano depois, foi acusado pela então esposa, Fernanda Reys, de agressão familiar. Mas nada se compara ao começo do ano de 2009.

Em três de janeiro, Medel capotou sua Toyota Rav4 na rota 68, voltando de Viña Del Mar para Santiago, capital do Chile. O impacto contra uma barreira de contensão fez o carro dar várias voltas no ar. O jogador foi lançado para fora pelo o que costumava ser o vidro dianteiro. Resgatado semiconsciente, ele teve politraumatismo.

Exatamente um mês depois de escapar com vida do acidente, Gary Medel organizou uma festa em seu apartamento. E lá pelas tantas, foi avisado por um convidado que Catalina Reyes, 18 anos, havia caído da sacada. A altura de nove andares do prédio foi letal para jovem. As investigações da polícia não indiciaram o volante.

Em 2011, ao lado de Gonzalo Jara e Arturo Vidal, se envolveu em uma briga de bar três dias antes de um amistoso contra o Paraguai. Um ano depois, com Eduardo Vargas a tira colo, foi flagrado em uma boate quando deveria estar em repouso, se recuperando de uma lesão.

Ainda em 2012, outras duas passagens do currículo que parece não ter fim. A primeira aconteceu no estacionamento de um supermercado, onde Medel ameaçou um outro motorista. O atleta acabou em uma delegacia, aguardando o desfecho do caso. Que não deu em nada.

Meses depois, no aeroporto de Santiago, minutos antes de embarcar para a Espanha, Gary Medel foi perseguido pela jornalista Natalia Marimbio. A repórter prestou queixa no posto policial do terminal e o jogador foi retirado do avião por oficiais. Acabou liberado após duas horas de detenção, por falta de provas e lesões duvidosas na repórter, segundo a polícia.

Para Medel, o jogo válido pelas oitavas de final vale como uma revanche. No Mundial da África do Sul, ele ficou de fora do confronto com a seleção brasileira por suspensão. Sem seu pitbull indomável – dentro e fora das quatro linhas, os andinos acabaram levando 3 a 0 e voltaram para casa mais cedo. Desta vez, com Gary e uma grande dose de esperança o Chile quer vingança. E se vencer, a festa pode render mais uma história no currículo do volante.

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