Belo Horizonte, a capital mineira, será também a capital da Copa do Mundo – pelo menos até que a seleção brasileira deixe a cidade, após o jogo contra o Chile, às 13h deste sábado (28), no Mineirão. Além das duas seleções, também treina na região metropolitana de BH a equipe da Argentina, cuja sede durante o Mundial é a Cidade do Galo, em Vespasiano.

Segundo informações divulgadas pela Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, cerca de 30 mil chilenos devem estar em Belo Horizonte neste sábado. Antes, já passaram pela capital mineira mais de 20 mil colombianos, entre 20 a 25 mil argentinos e cinco mil ingleses.Durante todo o Mundial, 230 mil brasileiros devem vir à cidade.

Desde o início dos jogos, os preparativos para receber os visitantes mudaram as ruas e os bares que tornam Belo Horizonte conhecida.

Nos pontos turísticos, bares e restaurantes, grupos de policiais militares saltam aos olhos do belorizontino – parece que há muito mais deles na cidade.  

A corporação, porém, informa ter recebido um reforço de apenas cerca de 700 PMs de tropas especializadas, como os batalhões rodoviários e de eventos, do interior do estado. Segundo o coronel Hercules Freitas, o que mudou foi a estratégia da polícia, que quer se fazer notar nos pontos mais visados, para, dessa forma, inibir confusões e reforçar a sensação de segurança.

Na noite desta sexta-feira (27), havia entre 150 e 200 policiais na Savassi, o principal ponto de encontro de torcedores na cidade. "Para o jogo de amanhã, haverá um incremento", disse o coronel, sem querer dar números, por se tratar de "informação estratégica".

Carnaval fora de época

Os bares também foram invadidos pelos 'gringos'. A região mais afetada foi a Savassi, no centro-sul, onde brasileiros e estrangeiros se reuniram para ver todos os jogos da fase de grupos. Logo no terceiro dia de Copa, os colombianos quase transformaram a região em uma micareta.

"A gente foi pego de surpresa pelo movimento", diz Gustavo Batista, dono do Status Café, um dos mais procurados durante os jogos. "Foi muito bom para os negócios. Várias pessoas que nunca vieram aqui conheceram a Savassi", conta.

Ele diz depois de iniciado o Mundial, precisou contratar mais 10 pessoas e comprar uma televisão extra para atender a demanda. As vendas de cerveja e caipirinha, calcula, cresceram 60%.

Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais), desde que a Copa do Mundo começou, houve um aumento de 70% na demanda de bares e restaurantes da capital mineira.

Brasil em campo, gente na rua

Mas o maior número de visitantes registrado na Savassi foi durante os jogos da seleção brasileira. Entre 15 e 20 mil torcedores estiveram lá quando Brasil enfrentou Camarões, na segunda (23), e o bairro atingiu sua lotação máxima.

No dia seguinte, o problema: muitas pessoas reclamaram do cheiro de xixi, o que evidenciou a falta de sanitários no local. A Belotur, empresa municipal de turismo, aumentou de 20 para 88 o número de banheiros químicos na região. Para o jogo entre Brasil e Chile,  quando a lotação deve ser máxima outra vez, mais 84 serão acrescentados, totalizando 172.

Neste sábado, haverá o Savassi Cultural, um festival que acontece na região desde 9 de junho, com shows e exposições. Jorge Vercillo e o grupo de samba Du Bandu se apresentarão após o jogo do Brasil.

Mas grande novidade será a instalação de telões na região. Dois ficarão nas ruas Pernambuco e Antônio de Albuquerque, que terão um quarteirãocercado. Para entrar, será preciso usar uma pulseira, obtida na troca por dois quilos de alimento. Um terceiro telão ficará virado para fora do cercado na Antônio de Albuquerque, para quem não conseguir entrar.

Na noite desta sexta-feira (27), as pulseiras estavam esgotadas. Porém, de acordo com Christiano Rocco, da empresa que organiza o Savassi Cultural, responsável pelo cercamento, 3 mil unidades ainda seriam distribuídas nas horas que antecedem a partida entre Brasil e Chile. No total, serão 15 mil pulseirinhas.

"Fizemos isso nos dias de jogos do Brasil, na verdade, desde a segunda partida da seleção.  É um controle de acesso. E está funcionando: não tem tido briga e nem confusão na Savassi", diz Christiano.