Nas quartas, Brasil pega outro sul-americano freguês que quer ser grande
Do UOL, em São Paulo
Uma seleção sul-americana, ofensiva, com uma enorme vontade de se colocar entre os grandes do futebol mundial, mas freguês do Brasil. A descrição, que poderia ser dada à seleção do Chile, também é válida para a Colômbia, adversária da seleção de Felipão nas quartas de final da Copa do Mundo. A classificação veio após vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai neste sábado, no Maracanã.
Com 100% de aproveitamento, os colombianos são uma das sensações da Copa. Segundo melhor ataque da primeira fase, atropelou Grécia e Japão, só sofrendo para vencer a Costa do Marfim. Nas oitavas, despachou o tradicional Uruguai em um duelo sul-americano. Porém, quando o adversário é o Brasil, a Colômbia não costuma dar 'sorte'. Os números comprovam.
As duas equipes nunca se enfrentaram na história das Copas do Mundo, mas em outras competições e em amistosos o cenário é totalmente favorável à seleção brasileira. São 15 vitórias, oito empates e apenas duas derrotas para os colombianos, que bateram o Brasil pela última vez há mais de vinte anos: foi em 1991, pela Copa América. Vitória de 2 a 0 no Chile.
O equilíbrio, porém, é a tônica dos últimos anos. Os quatro duelos recentes, três pelas eliminatórias, terminaram em empates, um por 1 a 1 e o restante sem gols. Duas dessas quatro partidas foram disputadas no Brasil, uma em Maceió e a outra no Rio de Janeiro. Os outros dois foram jogados em Bogotá, na Colômbia, e nos Estados Unidos. O amistoso em solo americano foi o único a ter gols.
Mas mais que no retrospecto recente diante do Brasil, a Colômbia se apoia mesmo em suas últimas atuações e em um jogador que vem fazendo a diferença na Copa: o meia James Rodríguez, de apenas 22 anos.
James já havia marcado três gols na fase de grupos, e foi às redes mais duas vezes neste sábado, tornando-se o artilheiro não só da equipe, mas de todo Mundial – chegou aos cinco gols e ultrapassou Müller, da Alemanha, Messi, da Argentina, e Neymar, do Brasil, todos com quatro, na segunda colocação.
Considerado novo craque do futebol colombiano, James já desponta como candidato a melhor jogador da Copa. Vai depender, claro, do quão longe sua equipe conseguir chegar. E tudo isso aliado a muita irreverência. Além do belo futebol, os colombianos chamaram a atenção nesta Copa com suas dancinhas nas comemorações dos gols. Ousadia e alegria que lembram Neymar em seus melhores momentos da carreira.
Promessa de muita dificuldade para o Brasil, que não poderá contar com seu principal marcador. O volante Luiz Gustavo recebeu o segundo cartão amarelo nas oitavas de final e está suspenso. Paulinho, Ramires, Hernanes e até mesmo o zagueiro Henrique surgem como possíveis substitutos de um jogador considerado imprescindível no esquema de Felipão.