Salvador tem cartilha contra racismo e 0800 para denúncias na Copa

Vagner Magalhães

Do UOL, em Salvador

  • Vagner Magalhães/UOL

    Cerca de 80% da população de Salvador é composta por afrodescendentes

    Cerca de 80% da população de Salvador é composta por afrodescendentes

Com quase 3 milhões de habitantes e cerca de 80% de afrodesdendentes, Salvador é considerada a maior capital negra do Brasil. Aproveitando a passagem da Copa do Mundo pela cidade, as secretarias da Promoção da Igualdade Social e a Secopa-BA (Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo), prepararam uma cartilha que traz de maneira didática trechos da Constituição Federal, do Estatuto da Igualdade Racial e da Legislação Esportiva. E incentiva que os casos de racismo sejam denunciados. Para isso foi disponibilizado o telefone 0800-284-0011.
 
Representante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Darci Xavier, afirma que a cartilha traz em seu conteúdo conceitos e definições sobre o que é racismo e o histórico sobre o tema no futebol. "É imporante lembrar que nem todos os casos de racismo vieram a público e as providências foram tomadas".
 
O Secretário da Copa, Ney Campello, diz que a ideia é a aproveitar a passagem da Copa do Mundo pelo Estado para chamar a atenção de um tema central para os baianos. "No momento em que o mundo olha para nós, é a hora de darmos destaque aos assuntos de relevância", diz ele. "Nossa intenção é que as discussões contribuam e ultrapassem o período dos jogos", diz ele.
 
Para o secretário, existem a Copa do espetáculo e a Copa das pessoas. "Estamos criando um mecanismo de estímulo para uma virada. A Copa do Mundo não é só o brilho que aparece na televisão. Existe o submundo da Copa e o racismo é um deles", disse.
 
Para o secretário, o racismo é como a poliomielite. 'Enquanto tivermos uma pessoa doente, é preciso atenção total, para que não se alastre".
 
"Para nós, essa campanha é de extrema importância porque é uma demonstração de que é preciso fazer muito para combater o racismo, algo de extrema perversidade na nossa sociedade", disse Ivonei Pires, coordenador do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela.

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