Brasil entrega o que promete na primeira fase da Copa do Mundo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Belo Horizonte

Luiz Felipe Scolari
Luiz Felipe Scolari

O Brasil não teve a melhor campanha da primeira fase, tampouco encantou jogando contra Croácia, México e Camarões. Não se pode dizer, no entanto, que o time de Luiz Felipe Scolari não tenha pontos fortes, e eles nem são nenhuma novidade. Como se poderia esperar antes do começo da competição, é na defesa forte e em Neymar que a seleção se baseia até agora.

O time liderado por Thiago Silva e David Luiz é um dos que melhores se defendem na Copa do Mundo. Foram dois gols em três jogos – só Bélgica, México e Costa Rica foram vazados uma única vez. Júlio César é o goleiro que menos pegou na bola durante toda a primeira fase.

Do outro lado do campo, é Neymar quem puxa o ataque. Não bastasse ser o artilheiro do time, o camisa 10 também é o segundo jogador mais preciso da Copa. Dos 11 chutes que deu, dez foram no gol e quatro nas redes. Arjen Robben, da Holanda, e James Rodriguez, da Colômbia, tem aproveitamento idêntico em termos de finalizações, mas marcaram três vezes cada.

Neymar só perde de Thomas Müller, da Alemanha, em termos de precisão. O atacante germânico tem os mesmos quatro gols do brasileiro, mas atingiu essa marca chutando em só sete oportunidades. Assim como o camisa 10 de Felipão, só um chute do europeu foi para fora.

O argentino Messi, outro com quatro gols marcados, atingiu sua marca batendo 13 vezes a gol. O craque do Barcelona, em compensação, ganha (ou perde, dependendo do ponto de vista) de Neymar em outro quesito. Dos artilheiros, ele é o que mais centraliza os gols da sua equipe. Em três jogos, a Argentina marcou cinco vezes, e só em uma não foi o craque quem marcou.

No Brasil, Neymar não é tão dominante, mas ainda assim é recordista. Com quatro dos sete gols do time, ele é o jogador que mais concentrou o poderio ofensivo do Brasil na história das Copas do Mundo. É também a melhor primeira fase possível para um jogador da seleção. Em todas as edições da competição, só Jairzinho, em 1970, e Ronaldo, em 2002, conseguiram balançar as redes tantas vezes.

O problema é que o Brasil pode se tornar dependente de Neymar. Os companheiros de ataque do camisa 10 se destacam muito pouco nas estatísticas. Oscar, por exemplo, só aparece bem nos desarmes ofensivos – é quem mais rouba bolas no ataque, tendo feito isso em 17 oportunidades. Fred, embora tenha encerrado o jejum contra Camarões, termina a primeira fase como o quinto que mais fica em impedimento na Copa – foram quatro, ao todo.

Neymar é tão onipresente na seleção que é ele quem mais bate escanteios em toda a Copa. Veja bem, esse mérito é dele, e não necessariamente do Brasil. A seleção verde-amarela é só a sétima que tem mais tiros de canto a seu favor. Foram 15, ao todo, e o camisa 10 bateu 14 deles. Em outras equipes, há um revezamento de acordo com o lado ou a ocasião. No Brasil, a bola é só dele. 

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