Jejum religioso de jogadores não preocupa técnico da França

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio

Os jogadores muçulmanos vão enfrentar na Copa o desafio de cumprir com as obrigações religiosas de forma simultânea às exigências do esporte, entre as quais a necessidade de fazer jejum diariamente da alvorada ao entardecer. O Ramadã, período sagrado da religião, cai este ano entre 28 de junho e 27 de julho.

O tema surgiu na entrevista que o técnico Didier Deschamps deu nesta quarta-feira (25), depois do empate em 0 a 0 com o Equador, que garantiu a classificação da França em primeiro lugar no grupo E. Quatro jogadores da equipe, Benzema, Sakho, Sagna e Sissoko, seguem os preceitos da religião.

"É um assunto delicado, muito dificil", disse o técnico ao ser questionado. "Respeitamos as religiões de todos os jogadores. Quem segue, já tem este hábito. Acredito que cada um vai se adaptar".

A Fifa também já se manifestou sobre o tema. Há dois dias, o chefe médico da entidade, Jiri Dvorak, afirmou que uma pesquisa apontou que não há uma queda de rendimento físico significativa nos atletas que fazem jejum durante o Ramadã. 

Segundo Dvorak, o estudo foi feito com jogadores da Tunísia e da Argélia e apontou que não houve queda no desempenho físico dos atletas. "Há a possibilidade de os atletas que seguem o Ramadã pedirem isenção e cumprirem em outro momento, após a Copa", disse o médico.

Filho de imigrantes da Argélia, Benzema também cultiva uma outra particularidade: ele não canta o hino da França nas partidas oficiais da seleção. Nesta quarta, no Maracanã, mais uma vez foi possível observar a sua atitude. O artilheiro protesta contra o que, na visão de muitos imigrantes, seria um trecho ofensivo na letra do hino. 

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