Suíça supera trauma, vence Honduras e vai pegar a Argentina

Do UOL, em São Paulo

Há exatamente quatro anos, no dia 25 de junho de 2010, a Suíça entrava em campo contra Honduras precisando de uma vitória simples para avançar às oitavas de final da Copa do Mundo. Mas empatou sem gols e foi eliminada na África do Sul. Na tarde desta quarta-feira, a história poderia se repetir em um cenário diferente, mas o final foi o oposto. A vitória por 3 a 0 sobre os caribenhos garantiu a Suíça no mata-mata, graças ao empate do Equador com a França.

Por um momento, a classificação esteve em risco porque, mesmo ganhando, a Suíça poderia ficar de fora caso o Equador vencesse a França. Mas Xherdan Shaqiri afastou os riscos. O astro do Bayern de Munique resolveu a partida e superou a dificuldade histórica que a seleção tem de fazer gols: marcou três e garantiu a classificação. Em segundo lugar do grupo, os europeus enfrentarão a Argentina, na próxima terça-feira, no Itaquerão.

Fases do jogo: A Suíça não precisou de muito tempo para furar a frágil defesa hondurenha. Um chute forte e com efeito de Shaqiri, indefensável ao goleiro, colocou o time na frente e conformou a postura das duas equipes a partir de então. Os suíços recuaram a marcação e deixaram seus adversários tocar a bola. Com duas linhas de marcação bem postadas, eles não tinham dificuldade de roubar a bola e sair para o ataque em bloco e com muita velocidade.

No segundo tempo, a estratégia suíça permaneceu a mesma, mas a diferença foi Honduras, que voltou mais ligada e começou a criar chances de gol. Quando os caribenhos estavam perto de diminuir, Shaqiri apareceu outra vez. Muito habilidoso, puxou contra-ataque, deixou um zagueiro na saudade e fez o terceiro para matar o jogo. Honduras não desistiu de um gol de honra, mas parou nas mãos do goleiro Benaglio.

O melhor: Shaqiri. Os três gols feitos pelo atacante do Bayern de Munique dispensam outros argumentos. Ele teve uma atuação iluminada, puxou com velocidade os contra-ataques da equipe e se destacou por sua qualidade ao finalizar.

O pior: Bernardez. O zagueirão hondurenho mostrou muita virilidade e pouca técnica. Não foi o responsável pela derrota, mas foi inseguro e permitiu ao ataque suíço agir como quis, principalmente no primeiro tempo. No terceiro gol, deixou Shaqiri passar por ele com muita facilidade.

Chave do jogo: o gol no início. O belo chute de Shaqiri que entrou na gaveta facilitou bastante o jogo para os suíços, que naturalmente já levavam vantagem por serem muito melhores que seus adversários. Vencendo por 1 a 0, os europeus recuaram a marcação e permitiram a Honduras ter a posse de bola. Em contra-ataques letais, aumentaram o placar naturalmente.  

Toque dos técnicos: Ottmar Hitzfeld apostou na qualidade de seu sistema de marcação e nos contra-ataques, e mostrou que eficiência é mais importante do que posse de bola. No segundo tempo, permitiu uma pequena pressão hondurenha, que logo morreu depois do terceiro gol.

Para lembrar:

Shaqiri contra Honduras. O principal jogador da Suíça fez sua estreia em Copas há quatro anos, justamente contra Honduras. Na ocasião, ele saiu triste com a eliminação. Agora, seus pés produziram, além do acesso às oitavas, o 51º hat-trick da história das Copas.

Blatter na torcida. O presidente da Fifa, que é suíço, foi visto nas tribunas da Arena Amazônia para acompanhar o jogo de sua seleção.

Adeus, Manaus. Foi a última partida deste Mundial no Amazonas, que já havia recebido outros três jogos. A capital tem sido bastante elogiada pela Fifa e pelos torcedores. Resta saber como o poder público vai utilizar o estádio a partir de agora, já que foram empenhados mais de R$ 600 milhões para construí-lo e os times locais não atraem muitos torcedores.

Fogo amigo. O zagueiro Figueroa exagerou na força e, depois de uma voadora, cravou as travas da chuteira no peito de outro jogador em campo. Só não levou cartão vermelho porque a vítima era Claros, seu companheiro de seleção. Felizmente, Claros sobreviveu.

HONDURAS 0 X 3 SUÍÇA

Data: 25/06/2014 - 17h (de Brasília)
Local: Arena da Amazônia (Manaus)
Árbitro: Nestor Pitana (ARG)
Auxiliares: Hernan Maidana (ARG) e Juan Pablo Belatti (ARG)
Cartões amarelos: Jerry Palacios (Honduras)
Gols: Shaqiri aos 6min e aos 31min do 1º tempo e aos 25min do 2º tempo
Público: 40.322 pessoas

Honduras: Valladares; Beckeles, Bernardez, Figueroa e Juan Garcia; Boniek Garcia (Najar), Wilson Palacios, Claros e Espinoza (Chavez); Bengtson e Costly (Jerry Palacios)
Técnico: Luis Suarez

Suíça: Benaglio; Lichtsteiner, Djourou, Schaer e Rodriguez; Inler, Behrami; Mehmedi, Xhaka (Lang) e Shaqiri (Dzemaili); Drmic (Seferovic)
Técnico: Ottmar Hitzfeld

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