Em despedida, técnico do Irã diz que time "precisa começar treinar amanhã"
Vagner Magalhães
Do UOL, em Salvador
O técnico Carlos Queiroz fez a sua despedida nesta quarta-feira do comando da seleção do Irã. O português já havia anunciado que deixaria o time independentemente do resultado na Copa do Mundo. Com a eliminação após a derrota por 3 a 1 para a Bósnia, ele se despede afirmando que os asiáticos precisam começar a trabalhar "amanhã" para a próxima competição.
O Irã terminou na lanterna do grupo F, com apenas um ponto e um gol marcado. Argentina e Nigéria avançaram às oitavas.
"Foi fantástica (a participação do time). O mais importante é aprender que, se eles trabalharem, se investirem no futuro, terão as mesmas chances de outras seleções. Mas tem muitas coisas que precisam ser feitas para que eles cheguem a um nível de outros jogadores como Real Madrid e Roma, por exemplo. Eles têm um caminho a ser percorrido. É importante não perder tempo e começar a treinar amanhã", disse ele, que já trabalhou no Manchester United.
Depois, na coletiva de imprensa, o português ainda mostrou certa mágoa com os dirigentes da federação do Irã. De acordo com ele, a ideia era estender o contrato, mas os responsáveis pela seleção preferiram não renovar.
"Venho falando isso nos últimos 11 meses. Os torcedores do Irã são importantes para mim. Mas não recebi nenhuma proposta concreta para renovar meu contrato nos últimos meses. Tive disponibilidade, comprometimento para continuar e é uma honra trabalhar para o Irã. Este grupo terá sempre lugar no meu coração. Eu me encantei com os jogadores. Mas não podemos ter um casamento quando um só lado quer casar", disse ele.
O treinador prosseguiu: "esperei, esperei, esperei e chegou o momento em que fui forçado a tomar uma decisão. Quero dizer obrigado a todos que me apoiaram, que me deram oportunidade de trabalhar com o Irã. Ao país, aos torcedores. A seleção será sempre muito especial para mim".
Dessa vez sem citar sua revolta com a arbitragem, como foi na derrota por 1 a 0 para a Argentina, Queiroz citou a experiência do rival para explicar mais um revés.
"Tentamos o nosso melhor, mesmo sem muita energia e capacidade. Os jogadores lutaram e deram tudo de si. Mas, hoje, contra a Bósnia, a experiência deles e a capacidade foram fundamental. Mesmo assim, tivemos chances e não conseguimos fazer mais gols. Tivemos também alguns erros na linha de defesa".