"Copa sul-americana" depende do brilho de Messi para ter final caseira
Do UOL, em São Paulo
A Copa do Mundo de 2014, a primeira realizada na América do Sul desde 1978, não decepciona, após a primeira fase, os milhares torcedores do continente que invadiram o Brasil para acompanhar suas seleções. Das seis equipes da Conmebol que começaram a disputa, apenas o Equador foi eliminado, depois de não conseguir vencer a França na terceira rodada.
A expectativa em torno de uma terceira final sul-americana - as outras foram Uruguai x Argentina em 1930 e Brasil x Uruguai em 1950 - depende da chave "local", que determinará um semifinalista entre Brasil, Chile, Uruguai e Colômbia. Mas de nada adiantará um eventual sucesso de uma dessas seleções, que fecharam a primeira fase em alta, se a Argentina, solitária do outro lado da tabela, não corresponder.
Messi, a estrela que brilha sozinha
Solitário também tem sido Lionel Messi, "salvador" da Argentina nos três jogos no grupo. O futebol pouco empolgante nas vitórias sobre Bósnia (2 a 1), Irã (1 a 0) e Nigéria (3 a 2) acabou compensado pelo brilho do atacante eleito melhor do mundo por quatro vezes. Depois de marcar apenas um gol em oito jogos nas Copas de 2006 e 2010, Messi já fez quatro no Mundial brasileiro, do total de seis da Argentina até agora.
O status de herói ficou mais claro na segunda partida, contra a ajustada defesa do Irã. Uma Argentina desorganizada encontrou sérias dificuldades, até Messi "achar" um golaço com um chute de fora da área nos acréscimos do segundo tempo.
Uma defesa frágil contra a artilharia suíça
No confronto com a Nigéria, Messi marcou mais dois gols, e dessa vez quem deu dor de cabeça para Alejandro Sabella foi a defesa argentina, que não conseguiu segurar um ataque que havia passado em branco contra o Irã e marcado apenas um gol diante da Bósnia. Contra a Argentina, foram dois.
O primeiro rival da equipe de Messi no mata-mata é a Suíça, no dia 1º, no Itaquerão. Apesar da goleada por 5 a 2 sofrida diante da França, na segunda rodada, o time do artilheiro Shaqiri mostrou suas armas com a virada em cima do Equador (2 a 1) na estreia e a vitória contundente contra Honduras por 3 a 0, que garantiu os suíços nas oitavas.
Depois das oitavas, pode ter medalhão à vista
Caso avance às quartas, a Argentina encontra o vencedor do duelo entre o segundo colocado do grupo G e o primeiro do grupo H. A definição dos dois grupos acontece nesta quinta-feira, e seis seleções (Alemanha, Estados Unidos, Gana, Portugal, Bélgica e Argélia) possuem chances de ocupar essa vaga nas quartas.
Na semifinal, a Argentina teria pela frente Holanda, México, Costa Rica ou Grécia, antes de possivelmente encarar outro sul-americano na grande decisão, no Rio de Janeiro.
Se o protagonismo de Messi foi fundamental para comandar a Argentina na primeira fase, a tarefa será ainda mais ingrata para o astro do Barcelona quando os adversários ficarem mais complicados.
Quatro em busca da outra semi
Do outro lado, a única equipe que classificou logo na segunda rodada foi a Colômbia, que confirmou seu status de cabeça-de-chave do grupo C com vitórias elásticas contra Grécia (3 a 0) e Japão (4 a 1), além de um triunfo de 2 a 1 sobre a Costa do Marfim de Yaya Touré e Didier Drogba.
Mas o Chile não deixou por menos, superando a Espanha, campeã mundial de 2010, e levando a segunda vaga no difícil grupo B. A equipe de Jorge Sampaoli preocupa o Brasil desde o sorteio dos grupos, época em que Felipão citou os chilenos como o adversário mais difícil em um eventual confronto nas oitavas. A prova será tirada neste sábado, no Mineirão.
O outro sul-americano na disputa é o Uruguai, que sobreviveu ao grupo da morte deixando para trás dois campeões mundiais, Itália e Inglaterra, depois da derrota para a Costa Rica na estreia. Agora, terá o desafio de frear o alegre futebol colombiano. Os vencedores desses duelos se encontram nas quartas para ver quem chegará à outra semifinal com força suficiente para confirmar pelo menos um sul-americano na decisão.