Morte, derrota doída e demissão. A Costa do Marfim viveu isso em 5 dias
José Ricardo Leite
Do UOL, em Fortaleza
Uma desclassificação com um pênalti duvidoso nos acréscimos, morte do irmão de dois dos principais jogadores e um desfecho com técnico anunciando sua saída no meio da coletiva. Assim foram os últimos momentos da seleção da Costa do Marfim na Copa do Mundo de 2014.
A penalidade marcada aos 48min do segundo tempo que rendeu o segundo gol da Grécia na derrota por 2 a 1 fez o técnico francês Sabri Lamouchi nem pensar em querer renovar o seu contrato que ia até o final da Copa do Mundo.
"Na realidade, o resultado vai influenciar meu futuro de maneira obrigatória. A minha história na Costa do Marfim acaba hoje. Foi um grande prazer representar este grande país do futebol. Temos que analisar os detalhes. Sofremos um pênalti aos 48 min do segundo tempo. Isso nos frustra muito porque todos fizeram grandes sacrifícios. Fico triste pelo povo marfinense. Todos estão muito tristes. Isso terá um impacto no meu futuro. Gostaria que a partida tivesse acabado de outra forma para a nação da Costa do Marfim", falou.
Os últimos dias da delegação foram tensos. Yaya Touré, do Manchester City, e Kolo Touré, do Liverpool, perderam o irmão há cinco dias depois que Ibrahim Touré morreu vítima de câncer, na cidade de Londres. Foi cogitado que a dupla abandonasse a delegação, mas eles acabaram permanencendo.
Depois da partida, na zona mista, Yaya Touré estava visivelmente abatido. Mal tinha forças para comentar o episódio. "Foram dias tristes e difíceis. Estou exausto. Tive que conversar muito com minha família para ter foco."
Drogba, outra estrela, também demonstrou abatimento e nem quis conversar. Essa deve ter sido a última Copa do veterano atacante de 36 anos. Yaya Touré, de 31, não quis falar sobre seu futuro na seleção. "Estou exausto para falar sobre isso agora. Preciso descansar."
A geração de Touré e Drogba levou o time verde e laranja para três Copas do Mundo, sempre com eliminações na primeira fase. Nas duas outras edições, caiu no grupo "da morte". Em 2006, a chave tinha Argentina, Holanda e Sérvia e Montenegro. E em 2010 era formado por Brasil, Portugal e Coreia do Norte.
O técnico desejou sorte ao time no futuro em sua reformulação. "Isso é uma infelicidade para todos nós. Tenho certeza que temos uma nova geração de muito talento (para o futuro)."