A seleção de Gana tem algumas curiosas questões familiares, tanto dentro do grupo como com a Alemanha, adversária do empate por 2 a 2, no último sábado, no Castelão. Mas os africanos não parecem ser fãs do tema.

O atacante Kevin Prince Boateng, do Schalke 04, é irmão do Jerome Boateng, do Bayern de Munique, que começou como titular na lateral direita no empate de sábado. Ambos foram substituídos no intervalo e chegaram a disputar lances durante a primeira etapa.

Eles são filhos do mesmo pai, um ganês que se mudou para a Alemanha ainda jovem. Mas as mães são alemães e diferentes. Kevin morou a infância toda na Alemanha e jogou pela base da seleção, só que foi desligado por questões disciplinares. Chegaram a passar um período brigados e sem conversar e hoje estão reatados.

Mas, questionado sobre o reencontro, o atleta de Gana não deu muita bola. "Não importa se joguei contra meu irmão ou meu pai. Eu quero ganhar todo jogo que eu entro pra disputar", falou o ex-atacante do Milan.

Além de Boateng com seu irmão alemão, a seleção de Gana tem outra questão familiar curiosa. Há dois irmãos e que jogam no mesmo clube, o meia Andre Ayew e o atacante Jordan Ayew. E ambos são filhos do maior jogador da história do país, Abedi Pelé.

Pelé brilhou no futebol francês nas décadas de 80 e 90, quando ganhou vários títulos pelo Olympique de Marselha. Também passou pela Itália. É considerado um dos maiores jogadores da história do continente africano. Na coletiva de sexta-feira, Andre havia sido questionado sobre o fato de um duelo de irmãos (Boateng) e de jogar ao lado de seu irmão. Mas minimizou a questão.

"Não é a primeira vez que [Boateng] jogará contra o irmão. Não é algo novo e que vá distraí-lo. E da minha parte, jogar com meu irmão é algo fantástico, não é todo mundo que tem oportunidade de jogar com seu irmão no mesmo time, mas o que vale é conseguir o resultado junto. [O jogo] não tem uma questão de irmãos Ayew ou Boateng", falou.

Andrew então foi perguntado sobre o porquê de seu pai ter o apelido de Pelé. E não foi lá dos mais simpáticos. "Entramos nessa situação porque nós mesmos nos colocamos. Eu não estou aqui para falar do meu pai e isso você tem que perguntar para o meu treinador, que jogou com ele. Mas foi uma sorte ele ter esse apelido", falou.

O treinador de Gana, Kwesi Appiah, estava na coletiva e então fez questão de explicar aos brasileiros o porquê do apelido do ex-jogador.

"Sempre falam na África que temos um estilo parecido com o do Brasil. E eles nos chamavam de africanos brasileiros. Foi aí que o pai dele, que era meu colega, recebeu esse apelido. Porque ele dava muitos dribles e fazia muitos gols", explicou.