O lateral Daniel Alves saiu em defesa do atacante Fred, depois que o jogador do Fluminense foi detonado por um astro do futebol inglês. Em entrevista ao UOL Esporte, Alan Shearer disse que acredita que barrar Fred deve ser uma "questão de urgência" para Luiz Felipe Scolari. O companheiro de seleção classificou o comentário como "babaca".

"Esse foi um dos comentários mais babacas que a gente ouviu. E de alguém que sabe como é o futebol, que sabe a dificuldade de ser jogador futebol, da dificuldade de competir, fazer gol, criar jogadas. Isso é uma pena para o futebol, foi uma falta de respeito com um companheiro de profissão. Ela não acrescenta para o futebol falando isso, só diminui", afirmou Daniel Alves, em coletiva na Granja Comary.

"Não é ético, é digno de pena. Eu mando recado para ele e para outros 'futuristas' em certos comentários. Se fosse fácil, todo mundo jogaria futebol e seria bem remunerado jogando futebol. Não é porque foi um grande jogador, ou porque é comentarista, que pode falar o que quer", completou.

Na entrevista ao UOL, o comentarista da BBC Alan Shearer falou em tom crítico não só em direção a Fred, mas também sobre Neymar, cobrando do atacante do Barcelona.

"Fred está puxando o time para baixo e estou impressionado por ele ter jogado como titular nas duas partidas do Brasil. Ele não se mexe, não ajuda o time e o Brasil parece estar jogando com 10 o tempo todo. Ele não pode ser o centroavante de uma seleção brasileira num Mundial", afirmou capitão da seleção inglesa no Mundial de 1998, quando marcou dois gols.

"Está claro que Neymar é um grande jogador, mas para ser craque ele precisará de uma Copa do Mundo especial. Não é muito diferente de Lionel Messi. É neste torneio que os jogadores têm a chance de se eternizar", completou Shearer.

Para Daniel Alves, as declarações do inglês seriam risíveis, mas o momento da seleção não é para deixar barato.

"As coisas são engraçadas. Chega momentos em que a gente também tem que expor para vocês, para o resto das pessoas que nos seguem, que esse grupo sabe os momentos de rir, de trabalhar duro, e os de ser um pouco mais duro. São tantas barbaridades que a gente escuta, que não podemos ficar rindo disso. Parece que estamos de brincadeira. E não estamos, estamos em busca de um sonho. Com sonho não se brinca. Em certo momento podemos nos divertir, mas o sonho desse grupo é sério, não podemos brincar com ele, é o sonho de um país", afirmou ele.

Sobre as críticas da imprensa e da torcida, o lateral do Barcelona explicou que os jogadores tentam se esquivar do excesso de informação que chega.

"Se escutarmos muito nos vamos sair do caminho, muita informação chega sem critério nenhum. O caminho é não escutar muito, as pessoas são pessimistas. Precisamos fechar os olhos e não escutar‏", concluiu.

O caso de Shearer, no entanto, mostra que a prática não obedece realmente à teoria levantada por ele.