Brasileiros gritam até olé para o Irã, mas argentinos abafam 'secação'
Jeremias Wernek
Do UOL, em Belo Horizonte
A seleção da Argentina chegou a se dizer surpresa com o apoio recebido em Belo Horizonte, desde que chegou à Cidade do Galo. Mas neste sábado, no Mineirão, a trégua dos brasileiros acabou. Durante o jogo contra o Irã a rivalidade foi reativada com direito a torcida emprestada para os persas e gritos de olé.
A secação verde e amarela ruiu nos acréscimos, quando Messi fez sua típica jogada, genial como sempre, mais salvadora do que nunca. E aí todo o coro a favor dos azarões acabou e a festa argentina começou. Os hermanos seguiram no estádio cantando depois do apito final.
"Diga-me como você se sente. Tendo seu pai em sua casa", cantavam os argentinos. "Maradona é mais grande que Pelé", completavam depois em êxtase.
No meio de um canto e outro, reverências a Messi. Literalmente. Em todo o anel superior do Mineirão foram milhares os argentinos que faziam a reverência com os braços. Antes do gol, porém, a ansiedade era total e os brasileiros fizeram de tudo.
A cena era peculiar: brasileiros, com camisa amarela, gritando a plenos pulmões pelo Irã. Uma loira, de óculos escuros, pulando junto com um persa, de paletó. O incentivo que começou como brincadeira foi tomando corpo na mesma proporção que a Argentina encontrava dificuldades no gramado.
"Irã! Irã! Irã", berravam os brasileiros ainda no primeiro tempo. "Olé! Olé! Olé", gritavam na volta do segundo tempo, quando o time dirigido por Carlos Queiroz chegou a pressionar a defesa hermana.
O confronto dos gritos, a disputa entre as torcidas, esquentou os ânimos. Argentinos xingaram brasileiros e ouviram de volta. Copos foram lançados com e sem líquido em direção aos brigões. E os seguranças da Fifa precisaram correr bastante para conter o ímpeto dos mais exaltados.
A resposta dos argentinos veio com vaias na hora do famigerado grito "sou brasileiros, com muito orgulho e muito amor". A réplica verde e amarela saiu com o a palavra "pentacampeão".
Durante a madrugada, na praça Diogo Vasconcellos, no bairro Savassi, brasileiros e argentinos se envolveram em uma briga generalizada. A polícia teve de intervir e chegou a usar bombas de efeito moral para separar os torcedores e dispersas os envolvidos na briga. Um jovem de 23 anos foi detido.