Messi surge mais líder que nunca e cria debate sobre esquema da Argentina
Jeremias Wernek
Do UOL, em Belo Horizonte
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REUTERS/Sergio Perez
Capitão da Argentina defende o 4-3-3 e ganha apoio dos colegas. Mas todos negam rixa com o técnico
A versão 2014 de Lionel Messi está mais carregada de personalidade e liderança. Capitão do time, ele aguça um debate público sobre o esquema tático da seleção argentina na Copa do Mundo. A tarefa faz a figura da promessa tímida, presente nos Mundiais de 2006 e 2010, ficar no passado.
"Muito tempo passou, você vai amadurecendo dentro e fora do campo. Estou bem aqui, tenho afinidade com todos do grupo e me sinto muito contente", disse Messi ao falar da mudança de postura.
O debate existe muito mais nas páginas dos jornais argentinos do que propriamente na Cidade do Galo, em Vespasiano. Mas Messi e Alejandro Sabella não podem reclamar. Eles deram munição para que o tema fosse tratado. Um ao escolher o 5-3-2 para a estreia na Copa. E o outro ao fazer críticas.
No dia seguinte a vitória magra sobre a Bósnia e as críticas de Messi em entrevista pós-jogo, o camisa 10 apareceu em uma entrevista coletiva surpresa. Para muitos, a presença dele diante dos microfones foi um pedido de Sabella.
"Somos a Argentina, temos que olhar primeiro para nós e depois para os outros. Pessoalmente, eu acho que pode ter sido uma escolha considerando o fato de ser a estreia", disse um Messi no limite do politicamente correto.
Depois da entrevista, os demais jogadores passaram a defender Messi e rebater a teoria de clima belicoso entre ele e o comandante. Mas em vários momentos os próprios concordaram com o capitão sobre o esquema tático a ser utilizado.
"Messi falou a opinião dele como qualquer um pode fazer. Sinceramente, acho esta pergunta oportunista", disse o goleiro Andújar, reserva de Romero. "A nossa melhor versão é no 4-3-3. Alejandro olha bastante os adversário, sim, mas não acredito que a gente seja definido com base nisso", completou.
Com ou sem conflito interno, o certo é que Alejandro Sabella tem pela primeira vez todos os 23 jogadores convocados à disposição. E contra o Irã, no sábado, deverá escalar o 4-3-3 tão usado durante as eliminatórias.
Restará saber se trio Messi, Agüero e Higuain será utilizado depois do confronto diante de um adversário com limitações técnicas.
"Mais adiante, quando enfrentarmos uma potência do futebol, vamos ver como o técnico vai agir. Pensar em nós é muito melhor, na minha opinião", afirmou Andújar.