Trauma de 2013 faz vips montarem operação de guerra no jogo do Brasil

Fernando Duarte

De Fortaleza

O medo de uma repetição do pesadelo logístico que, na Copa das Confederações  colocou convidados vips na linha de fogo entre manifestantes e a polícia de choque em Fortaleza, fez com que as empresas de hospitalidade montassem uma operação de guerra para a Copa do Mundo. Monitoramento de grupos por satélite e planos de evacuação de emergência com seguranças particulares foram criados especialmente depois do trauma do ano passado.

Além da proteção dos convidados de patrocinadores do evento, que incluem executivos de grandes empresas, as medidas também têm como objetivo evitar ações na justiça por parte de convidados. No ano passado, um patrocinador da Copa, a Johnson & Johnson, foi processada por um VIP atingido por uma pedrada durante a chegada ao Castelão. Outras empresa, como a administradora de cartões de crédito Visa,  pressionaram a Fifa com veemência para obter garantias de proteção do governo brasileiro.
 
O UOL Esporte apurou que convidados tiveram de assinar termos de responsabilidade se comprometendo a obedecer as instruções dos monitores encarregados de sua logística e que o documento inclui a isenção de responsabilidade legal das empresas caso convidados tentem andar por conta própria nas cercanias do estádio.
 
Monitores encaminhando convidados ao estádio carregam um kit que conta com walkie-talkies, telefone e um tablete equipado com GPS que acompanha todos os passos dos grupos. Algumas empresas tem o monitoramento feito em "centros de crise" nos Estados Unidos. Todo este esquema, contudo, não é ostensivo e a segurança anda à paisana, tudo bem discreto.
 
"Recebemos garantias de que a segurança pública seria reforçada mas não poderíamos hesitar em tomar nossas medidas. O que aconteceu no ano passado foi assustador para alguns de nossos convidados. Quem veio este ano está devidamente orientado a nos obedecer, mesmo se tivermos que desviar do estádio caso a situação pareça perigosa", disse ao UOL Esporte um dos monitores encarregados de um grupo de vips com mais de 100 pessoas.
 
A logística incluiu a chegada chegada antecipada ao estádio: por volta de 11h já havia grupos de torcedores convidados desembarcando no Castelão e sendo conduzidos como turmas de crianças escolares para os centros de hospitalidade do estádio. Diante da recusa de vários em dar entrevistas, pode-se concluir que a orientação de não falar com a imprensa também fez parte do pacote de medidas.
 

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