Sem atuação da CET, trânsito de SP entra em colapso e torcedor perde jogo

Vinícius Segalla*

Do UOL, em São Paulo

Sabe aqueles filmes de tragédia, quando um meteoro está prestes a cair em um grande centro urbano dos Estados Unidos, ou os russos ou os terroristas estão prestes a soltar uma bomba em uma cidade, e todo mundo quer fugir correndo, ao mesmo tempo, e o trânsito vira uma balbúrdia?

Então, assim estava o tráfego na cidade de São Paulo às 15h30 desta terça-feira, meia hora antes do início do jogo Brasil e México, pela segunda rodada da primeira fase da Copa do Mundo.

Na esquina entre as avenidas Rebouças e Faria Lima, uma das mais movimentadas da cidade, tinha de tudo: ônibus fechando cruzamento, taxista pegando corredor exclusivo de ônibus na contramão, pedestre correndo pelo meio dos carros, motorista furando farol vermelho como se não houvesse amanhã e muita, muita buzina. Só não tinha uma coisa: agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ou membros do batalhão de trânsito da Polícia Militar.

Apenas um carro da CET foi visto na região, com dois ocupantes, mas que não estavam auxiliando no trânsito, mas apenas, como todos ali, tentando sobreviver ao caos e chegar a um lugar seguro para ver o jogo. A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da CET, mas não obteve sucesso até a publicação desta reportagem.

O trânsito na cidade de São Paulo, que foi tranquilo durante toda a manhã, aumentou na tarde desta terça-feira (17). Às 15h10, a capital já tinha 300 km de congestionamentos, índice muito acima da média para o horário, que costuma ficar entre 25 km e 51 km. A zona sul era a mais afetada, com 104 km de morosidade, seguida pela oeste, com 97 km.

O volume de trânsito na tarde desta terça bateu o recorde histórico do pico matinal, que havia sido atingido no dia 6, com 239 km de filas. A CET não monitora os recordes fora do horário de pico.

Prevendo a antecipação do horário de pico devido ao jogo do Brasil contra o México, às 16h em Fortaleza, o Metrô, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a SPTrans e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) operam desde as 13h com frota total e menor intervalo entre as composições. 

Isso não impediu, porém, que o caos também se instalasse nas estações de metrô da região central da cidade. Por causa da hora do rush antecipada, causada pela liberação de boa parte de trabalhadores para acompanhar à partida, na estação República, que faz a ligação entre a Linha Vermelha e a Linha Amarela, a reportagem do UOL Esporte viu pessoas amontoadas e ultrapassando a faixa de segurança, ficando em zona de risco com a chegada de trens.

A República também é uma das principais estações no caminho do torcedor que vai à Fan Fest, que fica no centro de São Paulo. Algumas pessoas ficaram mais de uma hora na estação e desistiram de embarcar. Simplesmente aguardaram sentadas pelo fim do caos na estação. Para piorar, o sistema de som não passava orientações e quase não havia funcionários do metrô para tentar organizar a bagunça.

* Colaborou Vanessa Ruiz

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