PM-RJ monta operação para conter barra bravas em estreia da Argentina

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Jeremias Wernek/UOL

    Torcida argentina faz festa em BH. No Rio, violência é preocupação de autoridades

    Torcida argentina faz festa em BH. No Rio, violência é preocupação de autoridades

As forças de segurança do Rio de Janeiro montaram um esquema especial para acompanhar torcedores organizados argentinos que estarão na capital fluminense para a estreia do time de Messi na Copa do Mundo de 2014. Os já conhecidos barra bravas estarão no Rio de Janeiro no domingo, quando a Argentina enfrentará a Bósnia no Maracanã.

Segundo o tenente-coronel Marcelo Rocha, chefe do setor de planejamento operacional da PM-RJ (Polícia Militar do Rio de Janeiro), esses torcedores devem ser acompanhados por policias do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) desde sua concentração até a chegada ao Maracanã. A ação será similar às feitas pelo próprio grupamento para monitoramento de grandes torcidas organizadas de times cariocas, como Vasco e Flamengo.

Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, Rocha disse que consulados argentinos no Brasil estão enviando à PM-RJ informações sobre onde os barra bravas estarão hospedados no Rio. A partir de lá, a polícia deve acompanha-los até os pontos de concentração antes da estreia de Argentina na Copa e, depois, até o estádio.

"Isso é para evitar qualquer problema com os torcedores e também para protegê-los", disse Rocha, durante apresentação do plano de segurança montado para o primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014 no Maracanã. Cerca de 2.500 policiais militares foram escalados para trabalhar no evento.

O delegado da PF (Polícia Federal) Anderson Bichara afirmou que esse plano está sendo preparado há meses. Integra a própria PF, a PM-RJ, a Polícia Civil, a Guarda Municipal do Rio de Janeiro, Força Nacional e até Forças Armadas.

Todos os órgãos terão suas ações coordenadas com base em informações do CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) do Rio de Janeiro. O delegado Bichara, aliás, é coordenador geral do CICC durante a Copa do Mundo de 2014.

Ele também disse que a preocupação com os argentinos existe. Antes mesmo da Copa do Mundo, a polícia da Argentina enviou ao Brasil os nomes, fotos e dados pessoais de 2.100 torcedores com comportamento violento e que poderiam vir ao Brasil. Dois desses foram impedidos de entrar no país por autoridades brasileiras.

A polícia argentina também enviou homens para o Brasil por causa da Copa do Mundo. No domingo, quatro policiais do país vizinho estarão nas ruas do Rio, fardados, ajudando no trabalho de segurança e passando informações ao CICC. No próprio centro de controle, também haverá policiais argentinos.

Bichara, entretanto, evitou classificar os barra bravas como uma das maiores ameaças da Copa. "Não temos uma preocupação com torcedores de uma nacionalidade específica", disse.

Protestos

Outra preocupação das autoridades de segurança é quanto aos possíveis protestos. Na quinta-feira, dia da abertura da Copa do Mundo, duas manifestações foram realizadas no Rio de Janeiro contra o Mundial. As duas, juntas, reuniram cerca de 1,5 mil pessoas. Nove foram detidos pela polícia.

Roberto Alzir, subsecretário de segurança do Rio de Janeiro e responsável pela coordenação dos grandes eventos, afirmou que as forças de segurança agirão com equilíbrio em caso de novas manifestações no domingo. Tentarão proteger os manifestantes e garantir a realização do jogo entre Argentina e Bósnia. Ele disse, porém, que espera que não haja protestos.

Alzir ainda comentou a atuação de policiais na quinta. Segundo ele, de forma geral, a ação da PM-RJ foi digna de elogio. Entretanto, ele mesmo ressaltou que toda grande ação é passível de erros pontuais.

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