Polícia Civil do RN ameaça cruzar os braços na Copa; Governo rebate
Bruno Thadeu
Do UOL, em Natal
Policiais Civis do Rio Grande do Norte informaram nesta quarta-feira, através do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública(Sinpol), que não irão às ruas a partir de quinta em todo o Estado mediante as atuais condições de trabalho. Em contato com o UOL Esporte, o presidente do sindicato, Djair Oliveira, declarou que os policiais não têm equipamentos adequados e suficientes para oferecer segurança durante a Copa do Mundo.
Serão feitas apenas as ações em que os recursos oferecidos aos civis estiverem perfeitas condições, diz Djair Oliveira.
"As balas são poucas e estão vencidas. E quando uma bala está velha, ela pode não sair do revólver. O colete está vencido. A fibra não retém o projétil. Os pneus das viaturas estão carecas. As viaturas não têm licenciamento. Policial usa celular próprio. São tantas as coisas erradas, mas o Governo finge que não vê", acusa o presidente do Sindicato.
De acordo com Djair, os policiais civis vão ficar nas delegacias e só irão para as ruas se receberem materiais adequados para os serviços. A reivindicação é feita desde o ano passado, complementa o sindicalista.
"A gente nada mais quer que seja estabelecido a lei. Se nos entregarem quatro coletes novos, só quatro policiais vão sair. Se entregarem duas viaturas novas, essas duas serão utilizadas. Os policiais querem trabalhar com o mínimo de respeito, mas o Rio Grande do Norte não tem a menor condição de atender a um evento grandioso como uma Copa do Mundo".
Procurado pela reportagem, o Delegado Geral da Polícia Civil, Adson Kepler, nega que a categoria irá interromper o serviço e entende que o sindicato está exercendo pressão proposital neste período de Copa. As atividades dos policiais civis serão cumpridas normalmente, reforça o delegado Geral do Governo do Rio Grande do Norte.
"Eles não vão fazer greve. Nâo acredite em tudo o que eles falam. Existe ação que prevê multa ao sindicato se isso acontecer".