Campeões dão dicas para você se dar bem no Bolão da Copa do Mundo
Danilo Valentini
Do UOL, em São Paulo
-
Reinaldo Canato/UOL
Nasi, vocalista do Ira!, foi o campeão do Bolão das Celebridades da Copa-2010 no UOL
Os palpites que podem acabar rendendo uma bolada no próximo dia 13 de julho estão sendo discutidos e preenchidos em planilhas, tabelinhas e arquivos de Excel por todo Brasil. Seja com os amigos da escola, da empresa ou da mesa do bar, os bolões da Copa do Mundo entram nesta semana no momento decisivo. Determinar placares e os classificados para as fases finais e acertar o campeão são alguns dos desafios que serão importantes para se definir os campeões. Algumas estratégias, porém, ajudam na hora das apostas.
As táticas de cada vencedor de bolão variam muito. Uma semelhança, entretanto, envolve todos os sortudos ouvidos pelo UOL Esporte: não se pode ter medo de arriscar, de se apostar fugindo do óbvio.
"Principalmente em grupos difíceis, como será o Grupo G (Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália), vale arriscar e apostar diferente da maioria: se você acerta, derruba um monte de gente", sugere Lucas Francoio, assessor de comunicação de 28 anos, de São Paulo, que já venceu dois bolões de Copa do Mundo, em 1998 e 2006.
Em ambos, Francoio participou do bolão trazido por sua mãe da escola onde trabalhava. No primeiro, tinha só 12 anos e ganhou "algo em torno de R$ 200, o que era uma fortuna para mim". Com o prêmio, comprou uma raquete igual à utilizada pelo tenista Gustavo Kuerten. No segundo, mais velho, já tinha maior conhecimento das equipes participantes, o que ele considera como um fator muito importante para o sucesso no bolão.
"Analiso como a seleção está e um pouco do peso da camisa. Vou sentindo como estão as equipes, se tem bons jogadores e quem vai afinar para uma equipe mais tradicional", diz Francoio, que sugere apostas de 1 a 0 nos jogos mais difíceis. "Não faço análise estatística, mas quando os times são muito próximos eu vou de 1 a 0, é o resultado que mais aconteceu na história das Copas do Mundo. Goleadas eu só aposto em jogos com equipes de níveis muito diferentes entre si".
A estratégia é comum entre quem já se deu bem em um bolão. "Se tem um jogo que eu não conheço nada das equipes, nunca dou palpite de mais de dois gols na partida", analisa Edison Rodrigues, publicitário de 57 anos, de São Paulo. Ele faturou uma camisa da seleção brasileira e um cooler no bolão da empresa que trabalhava em 2010.
A análise dos apostadores, sobre a grande incidência de placares magros na Copa do Mundo, está certa. Nos 19 Mundiais já disputados, a vitória mínima foi o resultado mais repetido: em 772 jogos, o placar de 1 a 0 aconteceu 132 vezes. Na sequência, vem o 2 a 1.
"Fazer uma análise estatística é complicada porque sempre vai depender muito da regra de cada bolão e da variedade de regras e pontuação de cada um. Mas, de um modo geral, apostar em resultados baixos, que são bastante comuns em uma Copa, é uma boa estratégia", avalia Marcelo Arruda, responsável pelo site Chance de Gol, que faz análises de probabilidades de resultados de jogos de futebol. E o especialista também ressalta o mantra dos vencedores de bolões: arriscar é preciso. "Se eu aposto fora do óbvio, tenho mais chance de ganhar sozinho".
Alguns critérios também fogem do óbvio. "Como sou santista, eu apostava contra Corinthians e Palmeiras. Por isso coloquei o Atlético-MG como campeão. Me dei bem", relembra Leandro de Oliveira Santos, gerente comercial de 32 anos de Hortolândia (interior de São Paulo) que venceu o bolão da Libertadores de 2013 organizado pelo UOL Esporte.
Outros apostadores bem-sucedidos preferem levar em conta critérios muito particulares, como o cantor Nasi, vocalista da banda paulistana Ira! e que venceu o blog das celebridades realizado pelo UOL para a Copa de 2010. "Eu não gosto muito de fazer bolão, não, mas gosto de discutir os jogos com os amigos. Não tem medida científica para isso, procuro analisar mais as circunstâncias psicológicas do jogo, como estão as equipes, os últimos resultados e como está o clima da torcida".
E, por todos estes fatores, o cantor, são-paulino fanático, inclusive já tem uma ideia clara de como deve ser a estreia do Brasil, na quinta-feira, no Itaquerão. "No amistoso contra a Sérvia, o Brasil foi muito mal. Por isso levo em conta os aspectos das performances da equipe para imaginar como será, por exemplo, a estreia contra a Croácia, que é um time ainda mais difícil. Sem contar que o jogo de novo acontece em São Paulo, que tem uma torcida muito crítica. Eu apostaria em um empate", afirma Nasi, que vai além: "O Brasil perde da Argentina na final. Esta Copa não tem cara de final feliz".