Carrascos de Brasil e Uruguai comentam Copa. Mas nem tudo saiu como devia

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

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    Ghggia, esquerda, e Jairzinho foram os convidados da 'Casa da Coca-Cola' para comentar a Copa do Mundo

    Ghggia, esquerda, e Jairzinho foram os convidados da 'Casa da Coca-Cola' para comentar a Copa do Mundo

A Coca-Cola criou um local onde promoverá encontros de grandes personagens da Copa do Mundo. Neste sábado, Jairzinho e Ghiggia, carrasco brasileiro na Copa de 1950, foram os escolhidos para inaugurar a "Casa da Coca-Cola". Mas nem tudo saiu como o planejado, apesar da ótima estrutura montada em frente ao portão 11 do Maracanã.

A imprensa teve à disposição computadores, carregadores de celular, além de internet no local. Durante as entrevistas com os 'carrasco artilheiros' de Brasil e Uruguai, Ghiggia se mostrou impaciente. Após alguns minutos ele externou o problema: estava com fome e queria que tudo acabasse logo para que pudesse saciar sua vontade.

Mas o evento havia acabado de começar e Ghiggia teve que esperar um pouco mais, apesar da impaciência causada pela fome. As perguntas continuaram até que houve uma queda de luz no meio da conversa. Era o que ele esperava. O uruguaio não perdeu tempo e quis aproveitar a situação para por um fim precoce nas entrevistas. Mas de nada adiantou.

Mesmo sem luz, Jairzinho mostrava estar aproveitando cada segundo. Empolgado com a seleção brasileira e, principalmente, com a Copa do Mundo, ele ignorou a falta do microfone e continuou a conversa como se fosse um bate-papo informal.

Após mais algumas respostas, os dois posaram para fotos e encerraram o evento na "Casa da Coca-Cola", que ficará à disposição até após a Copa do Mundo, com algumas atrações regadas a muito futebol para o torcedor.

Jairzinho aposta no Brasil, e Ghiggia gosta da fama de 'carrasco'

A entrevista serviu também para que Jairzinho mostrasse todo seu otimismo com a seleção brasileira. Para o 'Furacão da Copa', apelido que conquistou por ter marcado gols em todos os jogos da Copa de 1970, o Brasil será hexacampeão. Sem em 1950 a nação chorou, chegou a hora de fazer os vizinhos chorarem dessa vez.

"Perder faz parte. Se existisse uma seleção que não perde, perderia toda a graça. Alguém tem que chorar e choramos muito em 1950 [após derrota para o Uruguai, em pleno Maracanã]. Mas também fizemos muitos países chorarem desde então. Esse ano vamos fazer isso novamente. Vão chorar, porque o hexa será nosso", disse um confiante Jarizinho.

Ghiggia, por outro lado, ainda colhe os frutos do gol marcado diante do Brasil, em 1950, que fez todo o Maracanã chorar na final daquela Copa do Mundo. Apesar da tristeza dos brasileiro, o uruguaio prefere ver o lado bom da situação, já que o feito o tornou uma verdadeira celebridade em seu país. E ele aprova a fama de carrasco.

"Eu me sinto contente, foi a gloria para meu país. Gosto muito do Brasil, mas foi algo que tive que fazer. Quem viveu essa época foi difícil, pois já estava tudo preparado para o titulo do Brasil, antes mesmo da final. Mas futebol não se pode antecipar nada. É algo que surpreende sempre, como na Copa de 1950. Tenho muitos amigos aqui no Brasil, que já relevam o feito [risos]", encerrou o uruguaio Ghiggia.

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