Revista científica destaca bicho geográfico entre ameaças à turista na Copa
Do UOL, em São Paulo
A Scientific American, tradicional revista científica mensal dos Estados Unidos, publicou em seu site um guia de doenças, baseado em um estudo realizado pela Universidade de Harvard, que os turistas que virão à Copa do Mundo no Brasil devem se preocupar.
Segundo o artigo, mais de 1.600 casos de pessoas que ficaram doentes após viajarem ao país entre 1997 e 2013 foram pesquisados e a principal ameaça indentificada para os estrangeiros que estarão viajando pelo país são vermes que infectam a pele, especialmente a "larva migrans cutânea", mais conhecida como bicho geográfico.
"Estamos um pouco surpresos sobre como foram comuns estas infestações de pele", admitiu Mary Wilson, especialista de saúde de Harvard que liderou o estudo. "Mas se você considerar que muitas das cidades que as pessoas visitaram ficam na costa, faz sentido", continuou.
O estudo aponta que o parasita pode ser encontrado em cerca de 90% dos cachorros e gatos que vivem nas ruas de São Paulo. Em outra inspeção na praia do Muro Alto, em Recife, a larva foi encontrada em uma de cada três amostras de areia. Para evitar o problema, Wilson sugere que os turistas não andem descalços ou sentem diretamente na areias das praias.
A segunda colocada no estudo foi diarréia, seguida por três doenças transmitidas por mosquitos: dengue, febre amarela e malária. O artigo aponta que quatro sedes de jogos da Copa estão na zona de risco para as duas últimas: Belo Horinzonte, Brasília, Cuiabá e Manaus.
Já a dengue é considerada uma epidemia nacional e a Scientific American lembra que não existe vacina ou cura para a doença. "Mas repelentes servem como um ótimo escudo", afirma a matéria. Wilson tenta tranquilizar os turistas para a questão, explicando que a Copa do Mundo acontece no inverno no Brasil, época de menor incidência de contaminações.
O artigo, porém, em nenhum momento desaconselha a viagem ao Brasil e ainda encerra com uma brincadeira: "Então, use um par de chinelos, repelente – e talvez leve uma caixa de camisinhas também [em referência aos ricos de doenças sexualmente transmissíveis]. Viva o Brasil!".