A ameaça do Ministério Público do Trabalho (MPT) de interditar as obras do Itaquerão parece não tirar o sono de Andrés Sanchez. O ex-presidente do Corinthians afirmou nesta sexta-feira que não há ninguém mais interessado na segurança da construção do que ele e garante que tudo será paralisado caso haja qualquer perigo.

"Eu sou o primeiro a querer que seja seguro. Já houve morte e não queremos que isso se repita. Se tiver falta de segurança, para", disse.

Andrés compareceu ao Itaquerão nesta sexta-feira para acompanhar o treino do Corinthians no local. O ex-presidente do clube atendeu rapidamente a imprensa para falar sobre as ameaças de paralisação e sobre as obras. Além disso, o ex-mandatário admitiu que a instalação das arquibancadas provisórias atrasou mais do que deveria. No entanto, ele vê as críticas como exageradas.

"As arquibancadas provisórias atrasaram mais do que deviam, isso é fato. Mas as críticas passam dos limites. o estádio vai ficar pronto para a Fifa", completou. 

Na quinta-feira, o MPT constatou irregularidades em vistoria realizada no estádio, que vai receber a abertura da Copa do Mundo de 2014, no próximo dia 12 de junho. Os fiscais do órgão alertaram para problemas com movimentação de cargas, jornada de trabalho dos operários em partes da obra mais atrasadas, como a instalação das arquibancadas móveis, e ameaçaram pedir a interdição do estádio. Os problemas estão localizados nos setores Norte e Sul da arena.

Segundo os representantes do MPT, os pontos com irregularidades no estádio já foram constatados na vistoria anterior, mas, desde então, nenhuma alteração foi feita pelos responsáveis pela obra. "Conversamos com o Andrés e pedimos providências. Ele se comprometeu a resolver as coisas", disse o procurador Roberto Pinto, em referência a Andrés Sanchez. A inspeção foi coordenada pelo procurador-geral do MPT, Luis Antonio Camargo de Melo.

Na contramão do que disse o MPT (Ministério Público do Trabalho), que ameaçou interditar o Itaquerão devido as irregularidades no local, o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) explicou que não existe nada que justifique tal medida.

"Irregularidades existem, tanto que já aplicamos vários autos de infração, mas nossos auditores estão acompanhando tudo. No momento, não há nada que justifique a interdição, pois não encontramos nenhum risco, nem nada que ameace a vida dos trabalhadores", disse Luiz Antonio Medeiros, superintendente do MTE em São Paulo.