Sem-teto protestam no Itaquerão; corintianos ficam de guarda no estádio

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

Aproximadamente 2.000 manifestantes (número dado pela Polícia Militar) fecharam a Radial Leste, na zona leste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, e chegaram perto do Itaquerão. O grupo, que protesta contra os gastos do governo para a Copa do Mundo e pede moradia, queimou pneus e estourou bombas. Por volta das 11h, a liderança do movimento decidiu retornar para o assentamento que fica ao lado do estádio. 

Segundo o capitão da PM Wilton Luis, a situação esteve sob controle. "A situação está sob controle. Os pneus estão sendo queimados e representam um risco apenas para eles. Estamos de prontidão, mas não vamos intervir enquanto eles não afetarem o direito de ninguém", afirmou o policial enquanto observa o deslocamento dos manifestantes. 

Três corintianos, que dizem fazer parte de organizadas, chegaram ao local e afirmaram que não deixariam que o protesto prejudicasse o Itaquerão. Segundo eles, existiam ainda quatro ônibus com torcedores perto do local para fazer a proteção e que mais 10 estariam a caminho.

"Nós estamos aqui acompanhando porque o protesto é por moradia e também somos do povo. O protesto é direito, mas eles têm que ficar aqui embaixo. Se for lá no nosso patrimônio o bicho vai pegar", disse um destes torcedores.

Um dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), por outro lado, garantiu que o protesto é legítimo: "Nossa reivindicação é muito clara. Queremos que o governo desaproprie o assentamento e libere a área para moradia de todo mundo", explicou Guilherme Boulos, um dos líderes do movimento.

Em seguida, fez uma ameaça: "Se o governo resolver todos esse problemas até a Copa, vamos fazer festa e comer churrasco. Mas se não resolver, vamos ter problemas".

A PM fez uma pequena barricada com escudos para que os manifestantes não consigam avançar e fiquem concentrados em um mesmo lugar.

O trânsito está sendo desviado pela polícia para o túnel Jornalista Odon Pereira. 

O dia 15 de maio foi batizado como "Dia Internacional de Lutas contra a Copa" pelo Comitê Popular da Copa, que reúne movimentos sociais e organizações que denunciam violações de direitos humanos e a repressão ao direito de manifestação.

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