O Corinthians realizou neste sábado o primeiro teste de público do Itaquerão, reunindo 5 mil crianças em uma parte das arquibancadas do estádio. O evento serviu para testar alguns pontos da logística que será usada pelo clube, mas não usou os padrões da Fifa para a Copa do Mundo.

As crianças chegaram ao estádio por volta das 9h, em sua maioria de ônibus e sempre monitoradas por professores e orientadores do próprio Itaquerão. Os jovens, que estudam na região ou jogam futebol nas escolinhas do Corinthians, receberam ingressos com tecnologia similar à da Copa e usaram o bilhete para receber um kit na lanchonete.

Posicionados na arquibancada leste do estádio, as crianças viram um animador puxar o hino do Corinthians, cantar músicas do clube e promover algumas brincadeiras. Em uma delas, alguns jovens foram selecionados para bater pênaltis no gramado do Itaquerão.

"A avaliação é muito positiva. Conseguimos testar a entrada dos ônibus, estacionamos no pátio com o auxílio da CET. Testamos também o acesso e as catracas funcionaram a contento. Com o mesmo ingresso, as crianças foram retirar um lanche. Também conseguimos avaliar o sistema de som e a movimentação das pessoas", disse Lúcio Blanco, gerente de operações do Itaquerão.

O problema é que pouco disso será replicado na Copa do Mundo. Segundo Blanco, os ingressos terão a mesma tecnologia durante a competição da Fifa, mas o posicionamento das catracas será distinto. Além disso, a entidade faz a revista com detector de metais de todos os torcedores, o que não ocorreu neste sábado.

Só isso já comprometeria a avaliação do deslocamento das pessoas. Além disso, a dinâmica das crianças, sempre orientadas por professores e monitores, também não pode ser comparada à de um jogo oficial, em que famílias inteiras se movimentam em velocidades distintas.

Mesmo o uso das lanchonetes não pôde ser avaliado com a Copa em vista. A retirada de kits já prontos por parte das ingressos reduziu o tempo gasto com pagamento e preparação dos lanches, um dos possíveis problemas para o Mundial. Por tudo isso, o teste serviu apenas para o Corinthians, e sequer teve a participação da Fifa.

"O que a gente tem são empresas de alguns setores, como segurança e limpeza, que trabalharão na Copa do Mundo", explicou Lúcio Blanco. Depois do evento, o estafe corintiano se reunirá para avaliar os resultados do experimento.

Os testes com o padrão Fifa começarão mais adiante. Em um jogo sob as regras da entidade, por exemplo, a CET efetua um bloqueio de cerca de 1 km do perímetro do estádio, o que altera a dinâmica de acesso. A ideia é que no dia 18 de maio, na partida entre Corinthians e Figueirense, a logística do Itaquerão já esteja mais próxima do que se verá na Copa do Mundo.

"É até necessário. O mais provável é que a gente tenha um modelo que atenda as duas situações [de Corinthians e Fifa]", disse Blanco.