Valcke sonha com caipirinha na abertura da Copa e champanhe após final

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, está cansado. Nesta sexta-feira, após participar da última reunião do COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014 antes do início do torneio, ele concedeu uma entrevista coletiva e admitiu que já sonha com o final do Mundial do Brasil. Segundo ele, depois de tanto trabalho, já não há muito o que se fazer quanto à preparação do país para o torneio. Por isso, o que ele mais espera agora é "curtir" 20 jogos" e tomar um caipirinha com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

"No dia da abertura, estaremos eu e o ministro tomando um caipirinha juntos. Depois da final, vamos tomar um champanhe", afirmou ele. "Quero que as seleções comecem logo a chegar para que possamos parar de falar de obras e pensemos mais no esporte. Quero assistir uns 20 jogos da Copa não para fiscalizar, mais para curtir."

Valcke é o homem-forte da Fifa na organização da Copa do Mundo de 2014. Acompanha a preparação do Brasil para o torneio desde 2007 e foi personagem-chave de alguns dos momentos mais críticos da organização do Mundial. Há dois anos, afirmou que o Brasil "precisava de um chute no traseiro" para acelerar sua preparação.

Desde então, ele melhorou sua relação com o governo brasileiro, mas não deixou de fazer cobranças. Hoje, visivelmente cansado, ele aparenta certa resignação com o estágio do andamento das obras da Copa no Brasil. Apesar de declarar que ainda confia no sucesso do torneio, reconhece que suas recomendações não foram seguidas no Brasil.

"Sim, houve atrasos. Algumas coisas estão ainda mais complicadas de serem resolvidas porque o tempo é curto", disse ele, a 48 dias do início do Mundial. "De toda forma, confio que teremos tudo o que precisamos para realizar uma boa Copa do Mundo."

Valcke, aliás, já não faz mais críticas ao Brasil. Nesta sexta-feira, inclusive, ele disse que organizar uma Copa é uma tarefa de dificuldade extrema. Disse que espera encontrar problemas também na Rússia e no Catar, onde serão realizadas as próximas edições do evento. Espera só que elas sejam diferentes dos que ele encontrou no Brasil.

Última viagem

A entrevista coletiva concedida por Valcke encerrou a última visita do secretário-geral da Fifa ao Brasil antes da Copa do Mundo. Agora, Valcke voltará ao Brasil só em meados de maio. Na próxima vez, porém, já ficará de vez para o Mundial.

Na viagem que encerrou-se nesta sexta, o secretário-geral da Fifa passou por São Paulo, Curitiba, Cuiabá e Fortaleza. Nas três primeiras cidades, encontrou obras atrasadas em estádios. Em Curitiba e São Paulo, aliás, Valcke ressaltou que as arenas do Mundial só estarão prontas na última hora.

Enquanto Valcke esteve no Brasil, o Rio de Janeiro, sede da final da Copa do Mundo, passou por mais uma onda de protestos causada pela morte do dançarino DG em uma favela da zona sul da cidade. Ele disse que tomou conhecimento do fato, mas disse que a segurança da Copa está garantida pelo governo.

 

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