O governo federal lançou na quinta-feira, 24, uma ofensiva publicitária para tentar ganhar dividendos pela realização da Copa do Mundo e reverter a queda de apoio popular ao evento.

As duas propagandas já veiculadas, de 30 segundos e 1 minuto de duração, buscam injetar otimismo e aumentar a autoestima da população. Em tom ufanista, começam com uma instrução aos espectadores: "Quando te perguntarem o que é ser brasileiro, diga: um povo feliz, muito batalhador". Em seguida abusam de imagens de pessoas alegres, vestidas de verde e amarelo e empunhando bandeiras do Brasil.

O apoio dos brasileiros à realização da Copa do Mundo registrou em abril seu índice mais baixo, 48%, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 8 de abril. O percentual é quatro pontos menor do que o registrado no levantamento anterior, em fevereiro de 2013. Em novembro de 2008, a aprovação era de 79%.

Na propaganda mais longa, o governo tenta mostrar os supostos benefícios da Copa do Mundo com imagens relacionadas à mobilidade urbana: corredores de ônibus, trens, monotrilhos e aeroportos.

A campanha lançada na quinta-feira evoca, ainda que de forma indireta, campanhas de outros períodos de Copa. Nos anos 70, no auge da ditadura militar, o mote "Pra frente, Brasil" foi utilizado para aumentar a autoestima da população. Naquele ano, o Brasil obteve o tricampeonato no México.

A ofensiva publicitária do Planalto sobre a Copa de 2014 começou a ser discutida após os protestos de junho de 2013 e estava prevista para ser lançada em janeiro, mas o governo optou por segurar a sua divulgação --temia que o efeito seria inverso ao pretendido.

Agora, a 49 dias do jogo de abertura do evento, o governo decidiu usar sua máquina de comunicação para disputar a opinião pública. Além das propagandas veiculadas em televisão, também estão previstos vídeos temáticos sobre cada cidade-sede para divulgação na internet.