De olho no cofre

Assembleia aprova e governo pagará estruturas temporárias do Beira-Rio

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que determina que é o Estado do Rio Grande do Sul quem vai arcar com a maior parte do custo das estruturas temporárias que serão montadas no estádio do Beira-Rio para a Copa do Mundo no Brasil, que começa no dia 12 de junho. A compra e instalação do equipameto estão avaliadas em R$ 30 milhões. Deste montante, R$ 25 milhões saíram dos cofres Estado através de isenção fiscal. Outros R$ 5 milhões serão custeados pela Prefeitura de Porto Alegre.

O impasse terminou após duas horas e meia, entre debate e votação, no plenário da Assembleia. E a incerteza sobre o custeio das estruturas rendeu até pressão pública dos governantes. O prefeito José Fortunati, e também o governador Tarso Genro, chegaram a dizer que Porto Alegre corria sério risco de ser retirada da Copa se o projeto não fosse aprovado.

A pressão funcionou e o tema foi aprovado: 31 votos a favor e 19 contra. Agora, o projeto precisa ser sancionado pelo Executivo estadual, autor da proposta. O texto prevê isenção fiscal de até R$ 25 milhões para todas as empresas que participarem da montagem das estruturas provisórias, nas quais estão incluídos aparelhos de ar condicionado, máquinas de raio x, decoração de camarotes e áreas VIPs e sistemas de telecomunicações.

A Prefeitura de Porto Alegre, por sua vez, afirma que irá adquirir equipamentos como aparelhos de ar condicionado e geradores de energia elétrica que também serão instalados temporariamente no estádio colorado. Após a Copa, porém, eles serão incorporados ao patrimônio municipal.  

O Internacional, clube proprietário do Beira-Rio, e a Fifa, organizadora da Copa e detentora dos direitos de comercialização dos ingressos e das cotas de patrocínio do evento, não irão pagar nada na compra ou na montagem das estruturas.

Ainda assim, estiveram presentes na votação desta terça na Assembleia Legislativa o ex-jogador de vôlei Paulão, que é o gerente para Porto Alegre do Comitê Organizador Local (COL), e o presidente do Internacional, Giovanni Luigi. Ambos foram à casa legislativa para fazer lobby em favor da aprovação do projeto de lei.

O texto final aprovado na Assembleia ainda sofreu alteração em virtude de uma emenda que obriga o Estado a publicar na internet todos os dados de custo de aquisição e instalação das estruturas temporárias.

No Itaquerão, segue o impasse

 Até a próxima quinta-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, espera ver resolvida a questão do pagamento das estruturas temporárias no Itaquerão, estádio que será a sede da abertura da Copa. Até agora, ninguém se dispôs a pagar por esta despesa. 

Na última segunda-feira, Valcke se reuniu, no Rio de Janeiro, com o ex-presidente do Corinthians e responsável no clube pela obra do Itaquerão, Andrés Sanchez. Após o encontro, ao ser indagado sobre quem irá pagar as estruturas provisórias do estádio paulista, o cartola da Fifa respondeu: "Não vou ser eu".

 

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