Felipão ouve pedidos de convocação em camarote. Até jogador fez lobby
Pedro Ivo Almeida
Do UOL, no Rio de Janeiro
Por onde Luiz Felipe Scolari passa, a pergunta é uma só. Todos querem saber quais os 23 jogadores que o técnico da seleção brasileira convocará para a disputa da Copa do Mundo. E no ultimo sábado, enquanto Felipão curtia os desfiles das escolas campeãs do Rio de Janeiro em um camarote da Sapucaí, não foi diferente. Por onde o treinador passava, todo mundo questionava e até sugeria nomes.
Tratado como celebridade, Felipão não fugia das fotos. E nem dos insistentes pedidos. E no meio da noite, teve até jogador que disputa uma vaga "vendendo seu peixe". O zagueiro Réver, do Atlético-MG, apareceu no local e aproveitou para falar com o "chefe" e fazer um lobby.
"Sei que isso aqui é um momento de relaxamento e tranquilidade, mas não custa ir lá falar com o professor Felipão. É um grande treinador e sempre me respeitou e valorizou. Estou aí aguardando um chamado. A esperança não morre até a lista final. Vou seguir trabalhando na minha recuperação e buscando meu espaço", disse o defensor ateticano, que busca uma lada ao vago de Thiago Silva, David Luiz e Dante.
Nada, porém, está definido na cabeça de Felipão. Ou pelo menos ele não revela antes da chamada final.
"Tenho uma lista com 45 nomes e nada será definido antes de 7 de maio. Não tem essa de 'fulano foi bem', 'ciclano está fora'. Ainda analiso todas as situações", comentou, antes de falar sobre os inúmeros pedidos recebidos.
"É engraçado. O carinho é bom, mas toda hora tem alguém pedindo alguma coisa. Já falaram vários nomes aqui. Mais cedo, estava em um restaurante e recebi uma cartinha de uma menina muito gente boa. Ela fez uma mensagem cariosa e olha aqui no final [puxa um papel do bolso e mostra a carta recebida]: pediu o Tardelli. Não posso falar sim ou não. Tenho que levar na boa", brincou Scolari.
E o treinador, de fato, não queria saber de trabalho no camarote. Acompanhando de perto todas as exibições da noite, ele não quis saber de deixar o local tão cedo e ainda comentou sua paixão pelo samba.
"Eu gosto muito disso aqui. Até costumo colocar um samba-enredo para os jogadores escutarem. Isso aqui é muito interessante. Além de contar parte da história, ainda revela comprometimento e trabalho de equipe. Comandar uma seleção não é fácil, mas colocar um desfile deste na rua também não".
Provocações
Conhecedor do riscado, ele disse até saber o motivo de sua escola do coração, o Acadêmicos do Salgueiro, não ter vencido.
"Sabe por que o Salgueiro perdeu por um décimo [para a Unidos da Tijuca]? Porque o Paulo Paixão [preparador físico da seleção] não desfilou. Ele estava na África do Sul para o amistoso e não compareceu. Isso fez toda a diferença [risos]".
E para Felipão, não são apenas o Salgueiro e Paulo Paixão que precisam de ajustes, mas também os seus jogadores.
"A galera gosta de um batuque e eu sempre libero na boa. Mas eles precisam acertar aquilo lá. A turma já foi melhor. Eles estão com o samba atravessado, precisam melhorar. Pelo menos dentro de campo está tudo bem", encerrou.
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