A crise na Rússia chegou ao futebol: dois senadores americanos enviaram uma carta à Fifa pedindo a suspensão da Federação Russa de Futebol em razão da crise do país com a Ucrânia – e esse pedido, caso aceito, tiraria a seleção europeia da Copa no Brasil.

A situação foi revelada nesta sexta-feira pelo jornal The Wall Street, que cita os nomes dos senadores Mark Kirk e Dan Coats, ambos republicanos, como responsáveis pelo pedido.

Além disso, eles também pedem que a Rússia perca o direito de sediar o Mundial de 2018.

Segundo ambos, "desde que a Rússia tem desrespeitado os princípios fundamentais da Fifa e das leis internacionais, eles não merecem a honra nem de sediar uma Copa nem de participar de uma."

Na carta, são citados trechos de estatutos da Fifa que abordam a discriminação contra qualquer país baseada em política ou etnias.

A entidade máxima do futebol ainda não respondeu – e não se sabe se irá – aos dois senadores. Os EUA já impuseram sanções à Rússia no campo da política.

A Rússia está no Grupo H da Copa do Mundo, junto de Bélgica, Argélia e Coreia do Sul, e estreia no Mundial no dia 17 de junho, contra os coreanos, em Cuiabá.

Crise na Ucrânia e o envolvimento russo

Após confrontos derrubarem o presidente ucraniano Viktor Yanukovich, a Rússia interviu militarmente no país e passou a controlar a península da Crimeia, de maioria étnica e língua russa desde o dia 28 de fevereiro.

A Crimeia, que abriga a frota russa no mar Negro, foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou seu controle à Ucrânia. Para evitar tentações separatistas, a Ucrânia, independente após a dissolução da URSS em 1992, concedeu à península o status de república autônoma.