Todo mundo ganhou sombra na seleção. Menos Neymar e Paulinho

Paulo Passos

Do UOL, em Johannesburgo (África do Sul)

Luiz Felipe Scolari já avisou: "Titular garantido? Só Deus". Ainda que tenha mantido a base da conquista da Copa da Confederações, em junho, nos amistosos até agora, o técnico fez questão de criar "sombras" para os titulares na campanha do título. Dos 11 jogadores que começaram a partida contra a Espanha, na final, só Neymar e Paulinho foram titulares em todos os sete jogos desde então.

O atacante do Barcelona é presença certa no time nesta quarta-feira, no amistoso contra a África do Sul, em Johannesburgo. Já Paulinho corre o risco de ver Fernandinho, novidade na última de Felipão, ser testado no seu lugar. Além de usar testes para definir os reservas, já que os titulares da Copa das Confederações são certezas no Mundial, o técnico escala novos jogadores também para deixar os "garantidos" sempre em alerta.

Júlio César foi o primeiro jogador do time a receber um recado. No primeiro amistoso após o título, contra a Suíça, foi para o banco de reservas. Jeferson foi o titular. A comissão técnica esperava que ele encontrasse outra equipe, já que seria reserva no Queens Park Rangers. Demorou mais de seis meses, mas o goleiro acabou encontrando outra equipe para atuar, o Toronto FC, que disputa a liga de futebol dos Estados Unidos.

"Tinha chegado no meu limite. Tinha que ajudar a comissão técnica e jogar. Estava sentido falta de ritmo de jogo", admitiu o Júlio César.

Além do goleiro, todos os outros jogadores da defesa do time ideal de Felipão viram reservas ocuparem seus lugares em algum amistoso. Lesionados, David Luiz e Thiago Silva já foram substituídos, respectivamente, por Dante e Dedé.

Daniel Alves viu Felipão chamar novamente Maicon. A dupla disputou posição nas eras Dunga  com vantagem para o lateral da Roma, e Mano, quando o jogador do Barcelona foi titular na maioria dos jogos. Já Marcelo, por problemas médicos, não jogou contra Portugal e deu lugar a Maxwell.

No meio campo, Lucas Leiva virou sombra de Luiz Gustavo. Entrou em três partidas (Honduras, Chile e Coréia do Sul) e começou como titular no amistoso contra a Zâmbia.

Oscar foi outro que ganhou um concorrente para a vaga, o que não tinha na Copa das Confederação. Barrado no torneio, por chegar atrasado num amistoso em março em Londres, Ramires foi perdoado por Felipão. Voltou a ser chamado e foi testado como opção para o seu colega de Chelsea no meio campo da seleção.

A outra disputa de vaga promovida por Scolari já vem desde a Copa das Confederações. Bernard substituiu Hulk. O jovem atacante, "com alegria nas pernas", como gosta de dizer o técnico, foi titular contra Austrália e Portugal. Depois disso, entrou nos jogos diante de Honduras, Coréia do Sul e Zâmbia.

Apesar das "sombras", os titulares de Felipão seguem prestigiados e devem seguir no time até a Copa. Devem, porque com bem disse o técnico, garantido mesmo só Deus.

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