Apenas um dos titulares da seleção brasileira na Copa das Confederações, Luiz Gustavo, não se lesionou na atual temporada. Os outros 10 já visitaram o departamento médico dos seus clubes. O que, porém, não preocupa a comissão técnica da CBF, que até vê o fato com bons olhos. Isso porque o maior temor de Luiz Felipe Scolari é que atletas cheguem desgastados fisicamente na Copa do Mundo por terem disputado muitas partidas no ano.

"Jogador de alta performance não tem como não sofrer lesão, isso é normal", afirmou o preparador físico da seleção brasileira, Paulo Paixão, ao UOL Esporte. "Se falar em tese, pode ajudar a seleção, sim, já que os jogadores poderão chegar menos desgastados por tantos jogos. Mas nunca vamos torcer para um atleta se lesionar", completou.

Os titulares de Felipão perderam em média cinco jogos na atual temporada por problemas médicos. Fred é disparado o que ficou mais tempo sem atuar. Foram 22 partidas por conta de uma lesão muscular na coxa direita sofrida em setembro do ano passado. O atacante só voltou a jogar em 2014.

Principal estrela do time, Neymar é o único jogador entre os titulares da Copa das Confederações que está no departamento médico agora. O atacante torceu o tornozelo na partida do Barcelona contra o Getafe, pela Copa do Rei da Espanha. Sua volta aos gramados é prevista pelo clube para a próxima semana.

"Neymar vai descansar um mês (durante a recuperação da lesão). Vai ser até bom porque ele chega mais descansado na Copa para ajudar o Brasil. Vai chegar ainda mais inteiro", afirmou Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da seleção brasileira.

Na comissão técnica da CBF, os casos de Ronaldo e Rivaldo em 2002 são lembrados como exemplos positivos. A dupla sofreu com lesões, pouco jogou na temporada anterior ao Mundial e foram destaques na conquista do pentacampeonato.

O maior temor de Scolari e do preparador físico da seleção é que atletas cheguem muito desgastados pelo grande número de jogos disputados na temporada. Oscar, titular absoluto na seleção e tido como peça-chave no esquema de Felipão, é um jogador que preocupa por jogar demais no seu clube, o Chelsea. 

"Já na Copa das Confederações, o Oscar foi tratado de forma diferente, para não aumentar o desgaste nos treinamentos. Buscamos dar ênfase em trabalhos musculares. A resposta dele foi fantástica", diz Paixão.