Famílias dos mortos no Itaquerão acusam descaso após acidente

Do UOL, em São Paulo

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" neste domingo, as famílias de Fábio Luiz Pereira e Ronaldo Oliveira dos Santos, que faleceram em um acidente no Itaquerão no último dia 27 de novembro, reclamaram de descaso da construtora e do Corinthians e afirmaram que não estão recebendo a assistência necessária.

As famílias alegam que sequer foram chamadas para a missa de sétimo dia realizada no estádio em homenagem aos dois operários. A falta da lembrança dos dois mortos e a preocupação quase que exclusiva com prazos para o evento também estaria magoando as famílias. Além disso, elas dizem que não tiveram informações suficientes do acidente e não receberam visitas de pêsames. 

"Até agora, ninguém veio aqui nos oferecer nada. A única coisa que fizeram foi mandar mil reais para o enterro", revela Rita Moreira de Oliveira, mãe de Ronaldo. "Falaram que ele só quebrou o pescoço, mas porque o caixão veio lacrado?", contestou.

Luzia Castro, viúva de Fábio, mora em Limeira, no interior de São Paulo e diz que está sobrevivendo graças a ajuda financeira da filha mais velha, Karen. "Falaram que estamos recebendo toda assistência, mas não é verdade", acusou a esposa. "A Copa virou motivo de revolta", completou.

"O que vamos fazer quando o dinheiro acabar?", questionou a filha Karen, que atualmente é a arrimo da família. "Queria falar que meu pai era um homem bom e que a vida dele vale mais do que qualquer estádio da Copa".

De acordo com o jornal, as famílias deveriam ter recebido uma indenização no valor de R$ 50 mil reais até 30 dias depois do laudo médico, só que isto ainda não aconteceu.

Em resposta a acusação da família, a Odebrecht negou que as famílias estejam desamparadas. "As famílias das duas vítimas estão sendo devidamente assistidas e resguardadas. Continuarão tendo todos os seus direitos garantidos", escreveu a construtora do estádio.

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