Prefeito adia entrega de obras antienchente do Maracanã para depois da Copa
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
As obras contra alagamentos na região onde fica o Maracanã não estarão prontas para a Copa do Mundo. A construção de reservatórios subterrâneos e o desvio de um rio prometidos para 2014 e planejados para combater as frequentes enchentes no entorno do estádio da final do Mundial da Fifa só estarão concluídos no início de 2016.
O adiamento da entrega das obras foi anunciado neste domingo pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Ele mesmo inaugurou no final desta manhã o primeiro dos cinco piscinões que estão sendo construídos nos arredores do estádio da Copa. Na cerimônia, ele afirmou as enchentes na região da arena devem persistir até o verão pré-Olimpíada de 2016, ao contrário do que havia sido planejado.
"Este problema [das enchentes] só estará completamente resolvido quando todas as obras terminarem", alertou o prefeito. "Estamos trabalhando para terminar tudo o quanto antes, mas temos um bom tempo de trabalho pela frente."
Ainda em 2011, quando a administração municipal apresentou o projeto contra os alagamentos, esperava-se que as obras em execução atualmente começassem no segundo semestre de 2012 e durassem um ano e meio. Atrasos acabaram estendo o cronograma de execução das obras, que só devem acabar depois de três anos de trabalho.
"A gente trabalhou com a intenção de terminar tudo em 2014", reconheceu o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, neste domingo. "O problema é que essa área tem um subsolo muito congestionado. Tivemos muitos problemas com o remanejamento das redes das concessionárias de serviços públicos. Isso atrapalhou."
Sem as obras, tanto a região do Maracanã quanto o próprio estádio, sofrem com enchentes a cada forte chuva no Rio de Janeiro. Ainda em dezembro, os arredores da arena ficaram debaixo d'água por conta de tempestades duas vezes. Durante a reforma do estádio, o local do gramado do Maracanã ficou cheio de água por causa de chuvas.
Paes reconhece esse histórico de enchentes no local. Isso, contudo, não havia comprometer os grandes eventos esportivos programados para o Rio, segundo ele. "A chance de a região encher na Copa ou Olimpíada é zero. Não há chuvas em junho, julho e agosto para alagar aqui", afirmou o prefeito.
O secretário Pinto ratificou o discurso do prefeito e minimizou as chances de alagamentos durante a Copa. Ele, inclusive, disse que a Copa "foi só a desculpa" que a prefeitura do Rio de Janeiro usou para conseguir os recursos necessários para tocar as obras antienchentes para o entorno do Maracanã.
O projeto dos piscinões e para desvio do Rio Joana foi incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Ao todo, as obras custarão R$ 292 milhões. Hoje, estão cerca de 30% concluídas.