Após "geração perdida", Valderrama elogia Falcao e vê maturidade colombiana

Fernando Duarte e Julio Gomes

Do UOL, na Costa do Sauipe

Quase 20 anos depois de sua mais marcante participação numa Copa do Mundo, a seleção colombiana de 2013 vive um momento ironicamente bem diferente. Cabeça-de-chave e elogiada por Luiz Felipe Scolari como uma das possíveis surpresas do torneio, a equipe nem de longe tem a mesma adulação que marcou sua participação na Copa dos Estados Unidos, quando resultados como a goleada por5 a 0 sobre a Argentina, em Buenos Aires, levou Pelé a apontar os colombianos como favoritos ao título.

Carlos Valderrama dá um sorriso amarelo. "Todos nós sabemos como aquele filme terminou", explica o capitão e símbolo da Colômbia de 1994, eliminada na primeira fase e imortalizada tragicamente com o assassinato do zagueiro Escobar, autor de um gol contra em uma derrota para os EUA. "Mas acho que todo mundo aprendeu com aquela experiência", opina Valderrama.

Refestelado numa poltrona de vime em um dos bares da Costa do Sauipe, o colombiano, que trabalhou como comentarista no sorteio da Copa do Mundo para uma rádio dos EUA, elogia a turma de 2014, que tem Radamel Falcao, do Monaco, como principal destaque. Vê maturidade, mas ainda enxerga uma necessidade de mais milhagem. "Minha geração esteve em três Mundiais seguidos. Para começarmos a comparar, a seleção de agora precisa fazer a mesma coisa", acredita.

Valderrama, no entanto, elogia a qualidade dos jogadores. "Eles se classificaram bem nas eliminatórias sul-americanas e viraram cabeças-de-chave. O time é equilibrado e, nesses próximos cinco meses, o importante é que nossos jogadores joguem bastante por seus clubes e mantenham o ritmo para chegar em ótimas condições ao Mundial".

Tirando uns quilos a mais, Valderrama em pouco difere dos tempos de jogador. A cabeleira loura black power continua desafiando a gravidade e os braços ainda estão repletos de pulseiras. O futebol colombiano, ele garante, não está muito disposto a olhar para trás. "Podemos fazer algo especial no Brasil, mas primeiro é importante que o time jogue. Sair em primeiro no grupo será fundamental", opina Valderrama. Sem se arriscar a dar muitos palpites.

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