"Oitavas da morte" viram tema proibido para Brasil, Espanha e Holanda

Julio Gomes

Do UOL, na Costa do Sauipe

O grupo fácil para o Brasil contrasta com o futuro desafiador. Passando na primeira colocação do grupo A, como se espera, a seleção brasileira terá de enfrentar na oitavas de final o segundo colocado do grupo B. O problema é que o grupo B é o mais forte de todos.

Além de Espanha e Holanda, que fizeram a final da última Copa do Mundo, o grupo B tem também o Chile, uma seleção forte, sólida e que joga um futebol moderno e atualizado nas mãos do treinador Jorge Sampaoli. O patinho feio é a Austrália, que trocou de técnico há um mês e não deve tomar pontos de ninguém.
 
Um possível Brasil x Espanha ou Brasil x Holanda seria um jogo gigantesco logo nas oitavas de final, dia 28 de junho, em Belo Horizonte. Mas ninguém aceita falar sobre isso.
 
"Eu só preparo meus jogadores para a primeira fase", limitou-se a dizer Luiz Felipe Scolari, sobre o difícil cruzamento contra um dos times do grupo B.
 
Os quatro treinadores do "grupo da morte" seguiram a mesma linha de pensamento. Simplesmente se recusaram a falar sobre o Brasil.
 
"Seria ilógico falar sobre o Brasil quando tenho pela frente jogos contra Holanda e Espanha. Vai ser muito complicado passar deste grupo", analisou Sampaoli.
 
"Não podemos falar do Brasil sem passar da primeira fase, existe um percurso. Simplesmente não podemos falar. Estou mais preocupado com o grupo, que tem uma Holanda fortíssima e renovada e um Chile que eu não queria enfrentar. É um rival que joga muito bom futebol", analisou o espanhol Vicente del Bosque.
 
"O conhecimento da Copa das Confederações nos vai ajudar muito. O primeiro jogo será em Salvador, onde faz muito calor e há muita umidade. Mas, claro, será assim para nós e para a Holanda também."
 
Louis van Gaal, da Holanda, nem mesmo escutou perguntas sobre as "oitavas da morte". O assessor de imprensa da seleção holandesa não permitiu que jornalistas brasileiros falassem com o treinador sobre o tema, foram liberadas somente as perguntas sobre Chile, Espanha ou Austrália.
 
"É um grupo do número um contra o número dois da última Copa, acho que isso já diz o suficiente", comentou Van Gaal. "Nós nunca ganhamos da Austrália na história, é um dos poucos países que a Holanda nunca venceu. Admiro muito a mentalidade dos jogadores australianos. E o Chile é uma força também. Se passarmos, talvez a gente jogue com o Brasil, que é o favorito número um do torneio. Realmente caímos em um grupo muito difícil."
 
Além dos rivais e o cruzamento, Van Gaal lamentou também o fato de cair no grupo B, com partida de estreia logo no segundo dia de Mundial. "Tenho jogadores em grandes equipes europeias e acabarei tendo menos tempo de preparação do que outros. Será muito duro."
 
Quando acabou de dar entrevistas, Van Gaal deu uma gargalhada em direção a Sampaoli. Os dois se abraçaram e riram do fato de terem conversado entre eles, antes do sorteio, sobre a possibilidade de Holanda e Chile caírem no mesmo grupo.  "É, falamos sobre isso! Acabamos adivinhando o que aconteceria", contou o chileno.
 
Ange Postecoglou, técnico da Austrália, estava claramente abatido pelo péssimo sorteio. "É o grupo mais difícil da Copa, Holanda e Chile podiam facilmente ter sido cabeças de chave. Mas viremos para jogar futebol e temos a chance de ganhar algumas manchetes", disse, sem convencer muito. "Falar sobre um jogo contra o Brasil nas oitavas, estando em um grupo como o nosso, seria loucura. Hoje foi apenas o sorteio, sabemos contra quem jogaremos, onde e isso é suficiente para nos preocuparmos."

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