"Anti-sorteio" da Copa reúne 30 manifestantes em frente ao Maracanã

Vinicius Konchinski*

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Vinícius Konchinski/UOL

    Torcedores protestam no Maracanã durante o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014

    Torcedores protestam no Maracanã durante o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014

Horas depois de a Fifa encerrar o glamouroso sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014 na Bahia, cerca de 30 manifestantes organizaram um "anti-sorteio" do Mundial em frente ao Maracanã. Com faixas de protesto e fantasias, os ativistas ironizaram a festa realizada nesta sexta pela entidade máxima do futebol e mais uma vez criticaram os impactos do evento esportivo no país.

O protesto foi pacífico e bem humorado. No ato, a atriz Cláudia Wer, que protestou contra a privatização do Maracanã na final da Copa das Confederações, representou a atriz global Fernanda Lima. Já o ex-jogador Ronaldo foi representado por um atleta que costumava treinar no Estádio de Atletismo Célio de Barros, o qual foi parcialmente destruído durante a reforma da Maracanã para a Copa do Mundo.

O "anti-sorteio" do Mundial foi organizado pelo Comitê Popular da Copa e da Olimpíada do Rio de Janeiro, grupo que há anos critica a realização dos megaeventos esportivos programados para a capital fluminense. Segundo Demian Castro, membro do comitê, a ação visa a mostrar quem são os verdadeiros beneficiados pela Copa da Fifa.

"Quem ganha com a Copa são os patrocinadores, as grandes empreiteiras, a TV Globo. Todos vão ganhar milhões", afirmou ele, enquanto uma encenação do sorteio colocava empresas parceiras da Fifa no grupo de beneficiados da Copa. "A Copa é um sorteio de cartas marcadas. Já sabemos quem vai ganhar. O povo vai ficar fora da Copa."

Castro lembrou que há pelo menos um ano o comitê e a população vêm demostrando sua insatisfação com a realização do torneio da Fifa no Brasil. Segundo ele, os protestos da Copa das Confederações foram uma mostra clara dessa insatisfação. Ele afirmou que, como quase nada mudou desde então, as manifestações devem continuar.

"A pauta que foi posta pelo povo na rua não foi atendida", disse ele. "Não posso dizer se na Copa do Mundo haverá protesto, mas a reivindicação é a mesma."

O comitê popular defende mais investimento público em melhorias no sistema de transporte, fim das remoções causadas por obras para a Copa e Olimpíada e recuperação do entorno do Maracanã, além da anulação da privatização do estádio. Segundo o grupo, apesar de o governo ter prometido recuperar o Célio de Barros, o Museu do Índio e o Julio Delamare, nada foi feito.

Confusão no Célio de Barros

Após o fim do protesto, um grupo de manifestantes resolveu caminhar até o Célio de Barros. Lá, alguns deles aproveitaram a desatenção de seguranças e invadiram o espaço, que está fechado desde a reforma do Maracanã.

Funcionários que faziam a vigilância do local perceberam a ação e correram atrás do invasores. Alguns deles foram retirados à força do Célio de Barros. Nenhum se feriu gravemente.

*Atualizada às 21h30

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