França inflama torcida, reverte placar dos ucranianos e vai à Copa

Do UOL, em São Paulo

O palco era o mesmo da maior conquista do futebol francês. O Stade France, em Paris, ficou lotado assim como 1998 quando Zidane e companhia derrotaram o Brasil na final do mundial de 1998. Mas nesta terça-feira, eram poucos os que acreditavam em um placar tão favorável para a França contra a Ucrânia. A torcida francesa, conhecida pelo pessimismo e falta de apoio nos momentos ruins, apoiou durante os 90 minutos e foi presenteada com uma vaga na Copa de 2014 após uma convincente vitória por 3 a 0, mesmo placar da conquista de 15 anos atrás. 

E deu tudo certo. Diferente da primeira partida, quando saiu derrotada por 2 a 0, a França teve um Ribéry inspirado e um Benzema com faro de gol apurado. O zagueiro Sakho, reserva na primeira partida, também foi importante, marcando o primeiro gol e participando do tento da classificação. 

A classificação da França para o mundial é a segunda conquistada de forma dramática. Para a Copa de 2010, o time conseguiu a vaga após um lance polêmico, no qual Thierry Henry deu passe com a mão para o gol de Gallas contra seleção da Irlanda. 

Com cinco mudanças em relação ao time que jogou na partida de ida, Deschamps, atual treinador da seleção e capitão em 1998, deixou claro qual era o objetivo da França, e nos primeiros minutos a equipe não deu espaços para os ucranianos crescerem e se sentirem à vontade no duelo. A pressão, que era para ser inicial, durou  o tempo inteiro e a Ucrânia pouco assustou o goleiro Lloris. 

"Está é a magia do futebol. Há quatro dias foi tudo errado, mas hoje fizemos uma grande partida. É muito importante para o futebol francês estar no Brasil. Havia uma boa equipe pela frente e nós colocamos muita emoção, entusiamos. Quando se tem os ingredientes básicos, somos capazes de fazer coisas boas", disse o treinador. 

A França era dona da situação e o gol de Sakho aos 21 minutos do primeiro tempo foi o início da festa nas arquibancadas. Neste momento, os torcedores já haviam esquecido que 62% deles haviam votado no "não acredito", em um pesquisa realizada pelo jornal "L'Équipe".

As bandeiras, que já flamulavam, passaram a ser agitadas com mais força após o gol de Benzema, aos 33. O atacante do Real Madrid estava impedido, mas antes, em lance anulado, ele já havia balançado a rede em condição legal. A festa só não foi maior no primeiro tempo por conta do goleiro Pyatov, que evitou pelo menos duas chances. 

Deschamps, técnico da seleção francesa

Essa é a magia do futebol. Quando se tem os ingredientes básicos, somos capazes de fazer coisas boas

Se a Ucrânia pensava em mudar o panorama da partida na etapa final, mudou de ideia logo aos 2 minutos. Ribéry entrou em ação driblou três jogadores e foi parado com falta. Khacheridi, que já tinha amarelo, foi expulso. 

Os franceses ainda precisavam de um gol para evitar a prorrogação. A essa altura eles já sabiam que a invencibilidade de 12 jogos dos ucranianos iria terminar ali, mas não valeria de nada se a vaga para o mundial não viesse. Mas ela veio. Aos 27, Matuidi chutou cruzado e Gusev marcou contra. Sakho estava ali para marcar, mas nem precisou tocar na bola. A festa virou comemoração e a França reverteu o que parecia impossível. Nunca uma seleção havia revertido um placar de dois gols na repescagem.

FRANÇA 3 x 0 UCRÂNIA

Local: Stade France, Paris (França)
Árbitro: Damir Skomina (Eslováquia)
Cartões Amarelos: Debuchy, Sakho, Evra, Pogba (FRA); Shevchuk, Kacheridi (UCR)
Cartão Vermelho: Kacheridi
Gols: Sakho, aos 20, e Benzema, aos 33' do 1º tempo e Gusev (contra), aos 27 do 2º tempo. 

FRANÇA
Lloris; Debuchy (Sagna), Varane, Sakho e Evra; Pogba, Cabaye, Matuidi, Valbuena; Benzema (Giroud) e Ribéry. Técnico. Didier Deschamps

UCRÂNIA
Pyatov; Mandziuk, Khacheridi, Rakistkiy eVyacheslav Shevchuk; Rotan, Bezus (Gusev); Yarmolenko, Edmar, Konoplyanka; Zozulia. Técnico: Mickail Fomenko

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