"Brasil precisava mais de Diego que a Espanha", diz cartola que o contratou

Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

Diego Costa
Diego Costa

"Diego Costa joga em todas as posições do ataque: na ponta, de segundo atacante e de centroavante. E faz todas muito bem". A descrição de Jesús García Pitarch, responsável pela contratação do atacante ainda com 18 anos em 2006, talvez explique a disputa travada por Luiz Felipe Scolari e Vicente Del Bosque pelo sergipano que nunca jogou no Brasil e é sensação na Espanha. 

Atual diretor executivo do Real Zaragoza, Pitarch trabalhava no Atlético de Madri em 2006, quando foi a Portugal ver um jogo do Penafiel, pequeno clube de Portugal. "Era um jogo com chuva, e a força e técnica dele impressionou", lembra.

O dirigente se diz feliz com o fato de o brasileiro ter optado pela seleção espanhola. "Mas acho, sinceramente, que o Brasil precisava mais dele do que a Espanha. O Fred está lesionado, Pato não é o mesmo, há vagas no time", diz o espanhol.

Diego Costa é o artilheiro do Campeonato Espanhol, à frente de Messi e Cristiano Ronaldo. Fez 13 gols em 13 jogos do torneio. Os números são melhores do que todos os de todos "concorrentes" que o atacante teria na seleção brasileira: Lucas, Neymar, Hulk, Fred, Jô, Damião e Pato.

Considerando o período após a Copa das Confederações, Hulk é o jogador de Felipão com mais gols. Foram nove, todos com a camisa do Zenith. Neymar vem atrás com sete, sendo que três com a camisa da seleção.

Alexandre Pato, que voltou a ser convocado para a seleção, fez seis gols desde então. O corintiano, porém, vive um inferno astral no clube paulista e perdeu o pênalti decisivo nas quartas de final da Copa do Brasil. Situação semelhante à de Leandro Damião, que chegou a ir para o banco do Internacional.

Na Espanha, terá que se encaixar em um time que por muitas vezes já jogou até sem atacante, como durante a conquista da Eurocopa-2012, quando Vicente del Bosque armou o time do meio-campo para a frente com seis meio-campistas: Busquets, Xabi Alonso, Xavi, Iniesta, David Silva e Fábregas. No time campeão do mundo, concorrerá a uma vaga com Fernando Torres, em boa fase no Chelsea, seu companheiro de Atlético de Madri, David Villa, além de Soldado, Negredo e Llorente.

Em números, porém, os espanhóis também "perdem" Diego Costa. Villa e Torres, por exemplo, fizeram cinco gols na atual temporada.

A figura de Diego Costa artilheiro é uma novidade. A média de um gol por jogo é a melhor da carreira do atacante, antes mais acostumado a armar jogadas para goleadores mais tarimbados como Falcao e Agüero, que deixaram o Atlético de Madri. Na última temporada, ele marcou 20 gols em 46 jogos disputados.

"Diego sempre teve a qualidade para marcar gols, mas era mais passador. Agora tem o egoísmo que todo goleador precisa", diz Pitarch.
 

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