Malha aérea especial para a Copa fica pronta em janeiro, diz governo

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

A malha área especial para a Copa do Mundo do ano que vem será definida até janeiro. É o que afirmaram representantes das companhias aéreas, do Ministério da Justiça e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), após reunião em Brasília no final da tarde desta quinta-feira (31). De acordo com a titular da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, Juliana Pereira, as companhias aéreas terão 15 dias após o sorteio das chaves do Mundial, no dia 6 de dezembro, para apresentar os pedidos da criação de novos horários e vôos em rotas concorridas, como entre São Paulo e Rio de Janeiro, além da criação de vôos que não existem entre algumas das cidades-sede da Copa de 2014, como entre Cuiabá e Salvador ou entre Fortaleza e Porto Alegre, por exemplo.

O UOL Esporte havia revelado mais cedo a criação da malha aérea especial no Brasil durante a Copa. De acordo com o governo, só depois de definidos os vôos para o evento será possível avaliar como se comportarão os preços das passagens aéreas durante o período. Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, as mudanças visam aumentar as opções de deslocamento dos torcedores entre as sedes dos jogos e ajudar a diminuir a pressão sobre os preços durante a Copa do Mundo no ano que vem.

"Vamos criar rotas exclusivas para atender à Copa", afirmou o ministro. "Vamos aumentar a oferta de vôos nas rotas já existentes e criar vôos regulares onde não existem", disse o ministro da Aviação Civil à reportagem.

Não há até o momento a garantia, nem por parte do governo nem por parte das empresas, de que o preço das passagens aéreas será normal durante a Copa do ano que vem. Em outubro, conforme noticiou o jornal Folha de S. Paulo, uma passagem entre São Paulo e Rio de Janeiro no período da competição futebolística já custava mais que uma viagem entre a capital paulista e Nova York, nos Estados Unidos, no mesmo período.

Segundo o diretor da Anac, Marcelo Guaranys, a agência fará um acompanhamento mais detalhado da evolução dos preços das passagens durante o Mundial. Questionado sobre o que o governo poderia fazer caso seja constatado abuso na cobrança dos valores, Guaranys disse que o governo pode atuar por meio do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e dos Procons, mas não especificou como.

Reunião

"Todo eventual abuso será coibido", afirmou o diretor. Ele informou que, dentre as passagens aéreas já disponíveis para venda no período da Copa, apenas 0,1% foram vendidas. 

Na tarde desta quinta-feira, membros do comitê criado pelo governo para acompanhar os preços durante a Copa de 2014 reuniram-se com representantes de empresas aéreas para discutir as necessidades de fazer ajustes nos vôos e rotas para evitar o caos aéreo durante o torneio. Participaram do encontro o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o diretor da Anac e o presidente da Embratur, Flávio Dino. As empresas foram representadas pelo presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, e pelos representantes das quatro maiores companhias de aviação civil do Brasil, TAM, Gol, Azul e Avianca.

Sanovicz disse que as aéreas estão comprometidas em "atender com qualidade toda a demanda da Copa do Mundo", mas evitou fazer previsões sobre preços. "Os preços irão variar até lá. Tem passagem que vai subir o preço, tem passagem que vai cair, vai depender da malha aérea da Copa, isso ficará claro depois que houver esta definição", disse. 

Após a primeira reunião, na semana passada, o governo disse que não irá controlar o preço de passagens aéreas e nem o de diárias de hotéis, mas atuará para previnir o que chamou de abusos. De acordo com Gleisi Hoffmann, os Procons e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) podem agir caso seja constatada a combinação de preços, o que poderia caracterizar a formação de cartel.

Na ocasião o governo anunciou também, conforme já havia adiantado o UOL Esporte, que o Cade investiga a Match Services AG e a Fifa, por conta de supostas práticas que estariam elevando o preço médio das diárias nos hotéis das cidades-sede da Copa. A Match é a empresa escolhida pela Fifa para fornecer ingressos para a Copa do Mundo de 2014 e acomodação para atletas e dirigentes durante o Mundial. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a Match cometeu infrações contra a ordem econômica ao adotar práticas semelhantes à venda casada, proibida no país, e que limitam a livre concorrência.

As empresas aéreas também se comprometem a esclarecer em seus canais de venda na internet a curto prazo que os preços, horários, vôos e opções das passagens compradas ou reservadas agora deve mudar a partir de 2014 por conta da Copa do Mundo.

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