De olho no cofre

Gasto do governo federal com reforma de CTs para a Copa cresce 72%

Rodrigo Mattos e Tiago Dantas

Do UOL, em São Paulo

O governo federal está investindo R$ 133 milhões na reforma de estádios de futebol em todo o Brasil. A verba é destinada a obras em estruturas que são candidatas a CTSs (Centro de Treinamento de Seleções) durante a Copa do Mundo do ano que vem. O valor é 66% maior do que o investimento destinado para a mesma finalidade em julho deste ano. Três meses atrás, o Ministério do Esporte já havia empenhado R$ 80 milhões para a mesma tarefa.

As cidades que planejam receber uma das 32 seleções a partir de junho de 2014 puderam solicitar financiamento de até R$ 6 milhões do governo federal. Quase todo o dinheiro é destinado a bancar reformas de estádios públicos e pequenas intervenções no entorno, segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Nem todos os campos de futebol reformados com dinheiro público, porém, serão utilizados durante o mundial. As 32 seleções que vão participar do campeonato têm até 30 de janeiro para definir em que cidade pretendem ficar. O COL (Comitê Organizador Local) divulgou, nesta segunda-feira, 29, que 83 CTSs estão inscritos. A maior parte das candidatas, 49 centros de treinamento, ficarão de fora da lista final.

Rebelo alega que não há problema em investir em um município que pode ficar de fora da lista oficial de CTSs. "Mesmo que uma cidade não seja escolhida, o fato de estar na lista prévia põe a cidade numa lista para outros eventos, inclusive os não esportivos", afirmou o ministro.

"Segundo estudo da Ernst Young, feito com a Fundação Getúlio Vargas, para cada R$ 1 investido pelo governo na Copa, temos retorno de R$ 3,04 do setor privado", afirma Rebelo. "Os CTSs são uma possibilidade de nacionalização e redistribuição desses recursos. E o governo federal só está investindo em equipamentos públicos, estádios municipais ou estaduais."

Embora mais de um terço das sedes fique em São Paulo, o ministro lembrou que todas as regiões possuem candidaturas de CTSs. "Temo que fique a escolha fique concentrada no sudeste. E o governo não tem como fazer nada. É uma escolha das seleções. Há concentração maior no Sudeste devido a infraestrutura, logística, aeroportos, hotéis", afirmou o ministro.

Além do investimento federal, alguns estados também apoiam a candidatura de cidades a CTSs por meio de financiamentos públicos. O estado de São Paulo, por exemplo, fornece linhas especiais de crédito por meio da agência de fomento Desenvolve SP. O benefício pode ser solicitado, também, por empreendimentos privados.

O Spa Sport Resort, de Itu, por exemplo, pediu financiamento de R$ 6 milhões. A cidade do interior paulista já foi visitada por 14 delegações estrangeiras que passaram por São Paulo. A proximidade com o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e com a infraestrutura da capital são apontadas como razões da escolha.

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