De olho no cofre

Atrasos em estádios da Copa e medo de calote deixam empresa alemã em crise

Tiago Dantas

Do UOL, em São Paulo

O atraso na construção de dois estádios de futebol projetados para a Copa do Mundo e o medo de não receber a tempo o valor dos contratos firmados no Brasil deixaram a empresa alemã Hightex em uma crise financeira. No fim de setembro, o grupo enviou comunicado ao mercado afirmando que iria interromper a comercialização de ações na Bolsa de Valores. Uma semana depois, anunciou um empréstimo para honrar seus compromissos.

A Hightex produz e instala membranas para coberturas de metal e vidro em grandes áreas, como portos e estádios de futebol. No Brasil, a empresa alemã foi contratada para trabalhar em três projetos: Maracanã, no Rio de Janeiro, Arena das Dunas, em Natal, e Beira-Rio, em Porto Alegre. O serviço no Maracanã foi encerrado em maio, um mês antes da Copa das Confederações.

A diretoria da empresa de engenharia afirmou, no comunicado ao mercado de ações, que há "incerteza em relação aos recebíveis de certos contratos brasileiros". A companhia alega que teve dificuldades em receber informações financeiras dos trabalhos que executa no Brasil para fechar o balanço do primeiro semestre.

"Como resultado de atrasos em recebíveis substanciais nos contratos do Brasil e pequenos atrasos em outros projetos, a companhia está com recursos em dinheiro muito limitados. Sem financiamento adicional ou receitas não poderá continuar a comercializar ações", concluiu o comunicado da Hightex.

A companhia alemã informou, ainda, que os atrasos na Arena das Dunas e no Beira-Rio aconteceram porque as estruturas metálicas necessárias à instalação da cobertura não ficaram prontas no tempo previsto – entre julho e agosto – o que afetou o cronograma de pagamentos. Mesmo assim, a empresa diz que os serviços no Beira-Rio devem começar "em breve".

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A sede da empresa, na Alemanha, foi procurada, mas ainda não respondeu às questões feitas pela reportagem. A construtora OAS, responsável pela Arena das Dunas, e a empreiteira Andrade Gutierrez, que está reformando o Beira-Rio, também não se posicionaram sobre os contratos com a Hightex até o momento.

A membrana da cobertura do Maracanã corresponde a uma área de 46.000 m² de vidro com revestimento PTFE (teflon). O Beira-Rio deve ganhar um telhado de treliças radias de aço com uma combinação de vidro revestido com PTFE, em uma área de 44.000 m². Em Natal, o projeto prevê um revestimento interno de 18.000 m², que permitirá efeitos visuais.

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