Presidente do Barcelona admite "honorários" por amistosos da seleção
Do UOL, em São Paulo
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Alejandro García/EFE
Sandro Rosell admite ter recebido honorários por jogos da seleção brasileira
O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, tentou repetir nesta segunda-feira o teor do discurso adotado na semana passada e negou ter recebido qualquer comissão por jogos da seleção brasileira de futebol. No entanto, o dirigente "se entregou" ao tentar explicar um pouco mais o assunto.
"Não são comissões. São meus honorários, como eu fiz pública e notoriamente em toda a minha vida. Não entendo como as pessoas tentam desviar, caluniar ou marcar tendências com palavras que não são corretas", disse Rosell em entrevista à "Catalunya Ràdio".
No dia 15 de agosto, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou reportagem que denunciava um desvio de parte do dinheiro amealhado pela CBF com amistosos no período em que a entidade nacional foi presidida por Ricardo Teixeira.
Segundo a publicação, a Uptrend, empresa de Rosell, recebeu parte desse dinheiro desviado. A companhia do atual presidente do Barcelona teria recebido 8,3 milhões de euros (cerca de R$ 25,5 milhões) relacionados a "serviços de marketing e promoção" de 24 jogos que a seleção brasileira fez de 2006 a 2012.
A CBF tinha um contrato com a ISE, empresa que comprava os direitos dos amistosos da seleção brasileira. A companhia desembolsava US$ 1,15 milhão por jogo, mas US$ 450 mil iam para a Uptrend.
"Tudo que eu fiz na vida é legal e transparente. Não tenho nenhum processo em lugar algum do mundo", disse Rosell nesta segunda-feira. "Não tenho de dar explicações sobre o que eu fiz na vida pessoal antes de presidir o Barcelona. O que eu posso dizer é que tudo foi legal", completou o mandatário da equipe espanhola.
O que piora a situação de Rosell é que, enquanto a Uptrend recebia por "serviços de marketing e promoção", a ISE contratava a Kentaro para realmente cuidar dessas áreas. A Kentaro, contudo, não fala sobre o assunto.