Comissão da Verdade paulistana refaz convocação a Marin sobre Herzog

Do UOL, em São Paulo

  • EFE/Marcelo Sayão

    José Maria Marin, presidente da CBF, se exalta durante reunião da Fifa e do COL da Copa 2014

    José Maria Marin, presidente da CBF, se exalta durante reunião da Fifa e do COL da Copa 2014

O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, vai ser novamente convocado a conversar com a Comissão da Verdade paulistana sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog. Ele foi chamado pela primeira vez em abril, mas recusou porque o convite foi enviado à sede da entidade nacional.

Na época, a alegação oficial de Marin foi que ele não comandava a CBF em 1975. Por isso, não atenderia uma convocação enviada à sede da entidade. O novo convite será endereçado à casa do dirigente.

"Agora ele não poderá deixar de vir", disse o vereador paulistano Ricardo Young (PPS), autor do requerimento. A convocação foi feita em parceria com a Comissão da Verdade nacional, que apura crimes ocorridos no período da ditadura militar.

"Esperamos ansiosos para ouvir o que o hoje presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa 2014 tem para falar do elogio público que fez ao delegado Sergio Fleury e da acusação de 'comunização' da TV Cultura em 1975, quando atuava como deputado estadual", completou Young.

Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura em 1975, quando Marin, deputado, citou o nome dele e o canal em dois discursos na Assembleia Legislativa. O jornalista foi preso 16 dias depois.

Em 2012, a Justiça de São Paulo atendeu pedido da Comissão da Verdade nacional e alterou o atestado de óbito de Herzog. O novo documento diz que ele morreu "em decorrência de maus tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (DOI-Codi)".

O filho de Herzog, Ivo, também foi convocado a dar explicações à Comissão da Verdade. Ele já organizou uma petição pedindo a saída de Marin do comando da CBF.

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