Preparação para a Copa fugirá de "reclusão à francesa" e de "zorra suíça"

Fernando Duarte

Do UOL, na Basiléia (Suíça)

  • Gustavo Franceschini/UOL

    Torcida marcou presença durante treinos da seleção brasileira na Copa das Confederações

    Torcida marcou presença durante treinos da seleção brasileira na Copa das Confederações

Com base em experiências de anfitriões mais recentes e nas próprias observações feitas durante a Copa das Confederações, a seleção brasileira deverá adotar um modelo de preparação híbrido fora do campo para a Copa do Mundo. Sem muito entusiasmo pelo isolacionismo usado por Aimée Jacquet com a seleção francesa em 1998 ou por Jurgen Klinsmann com a Alemanha em 2006, Luiz Felipe Scolari tentará criar uma alternativa em que a ''blindagem" aos jogadores dividirá espaço com um pouco de aproximação popular.

Numa tentativa de dissipar expectativas e assédios, a seleção deverá fazer alguns treinos abertos ao público para não dar a impressão de estar muito afastada do torcedor. O UOL Esporte apurou que os treinos não serão divulgados com antecedência e obedecerão ao modelo usado durante a passagem da seleção por Goiânia na Copa das Confederações, quando o único treino aberto ocorreu sem aviso, para evitar aglomerações. Bem diferente do sistema liberal que marcou a preparação da seleção para o Mundial da Alemanha, em 2006, na cidade Suíça de Weggis e que fez a CBF e os jogadores da seleção defenderem um isolamento quase monástico na África do Sul, quatro anos mais tarde.

"Planejamos um bom entendimento, atender a todo mundo de maneira correta, para que também sejamos atendidos no nosso isolamento. Precisamos da imprensa e do torcedor para tentar ter um bom entendimento", diz Felipão.

Por isolamento, entenda-se o uso da Granja Comary, em Teresópolis (RJ), ainda que Felipão negue que vá criar um regime de filtragem similar ao de Jacquet – em 1998, após a vitória sobre a Croácia nas semifinais, o treinador proibiu que Zinedine Zidane & cia tivesse acesso à TV e jornais antes da decisão com o Brasil. Segundo o treinador, a seleção não fará força para ficar em hotéis fechados, diferente do que Dunga fez em 2010.

"No Mundial de 2002, ficamos no mesmo hotel da imprensa e todo mundo soube respeitar os limites. E na Granja Comary vamos criar um espaço adequado para os jogadores receberem os parentes, assim como fizemos na Copa das Confederações", completa Felipão.

Outro ponto que vai permanecer da Copa das Confederações é o esquema de segurança proativo, em que alterações logísticas tentarão se antecipar a possíveis protestos. O UOL Esporte apurou, por exemplo, que haverá flexibilização de horários e roteiros como forma não só de evitar problemas, mas repercussões negativas.

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