Torcida VIP poderá ver aquecimento do time no vestiário do Itaquerão

Gustavo Franceschini e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

  • Reinaldo Canato/UOL

    Itaquerão terá cuidado especial com o torcedor VIP; escadarias de todo o estádio serão de mármore

    Itaquerão terá cuidado especial com o torcedor VIP; escadarias de todo o estádio serão de mármore

Para viabilizar o estádio de abertura da Copa do Mundo de 2014, o Corinthians promete permitir que o torcedor veja até o aquecimento dos jogadores antes das partidas no Itaquerão. O vislumbre de um ídolo a poucos metros, minutos antes de uma partida decisiva, é só uma das propriedades que o clube trabalha com o público VIP, maior expectativa de geração de renda dos gestores da futura nova casa alvinegra.

O estádio que ficará para o Corinthians após a Copa do Mundo terá cerca de 46,5 mil lugares. Destes, cerca de 33 mil lugares serão populares, pagos com tíquetes cujos valores serão similares aos que vigoram hoje no Pacaembu, segundo o próprio clube, que pretende divulgar os valores finais em cerca de um mês. Quem sustentará a renda do Itaquerão, então, são os outros 13,5 mil lugares, divididos em diferentes categorias de luxo, quase todas concentradas na ala oeste do estádio.

Lá estarão os 89 camarotes da versão final do Itaquerão, com um total de 1,5mil lugares divididos em mais de três andares com diferentes tipos de benefícios e faixas de preços. Um dos itens mais exclusivos do estádio é o acesso à área reservada aos jogadores.

O vestiário do Corinthians já está construído e possui duas salas de aquecimento, sendo só a menor delas privativa. No espaço maior, os jogadores terão a companhia de cerca de 80 torcedores, que ficarão posicionados em uma arquibancada que será erguida em um dos cantos da sala e serão separados da equipe por um vidro reforçado e à prova de som.

O serviço ainda não tem preço definido, assim como a maior parte das propriedades do Itaquerão, mas os gestores esperam lucram bastante com o privilégio. Hoje em dia, esse tipo de propriedade não existe no planejamento de nenhum clube brasileiro, já que o aquecimento da equipe é tratado como um momento-chave da preparação para uma partida, portanto privativo.

Essa será só uma das benesses dos VIP's do clube, que nos camarotes terão mordomos à disposição e podem frequentar clubes privativos mantidos por empresas.

Tudo será cobrado. Quem quiser assistir a uma partida na ala oeste do estádio terá de pagar, além do ingresso, uma taxa de serviço, que varia entre R$ 30 e R$ 180. Cada faixa de preço permite que o torcedor consuma determinados produtos de alimentação de bebida dentro do Itaquerão, aumentando a receita corintiana.

Comprar ingresso no setor também não é tarefa das mais simples. O Corinthians não pretende comercializar ingressos avulsos na ala mais "premium" do estádio. Os camarotes serão negociados preferencialmente com empresas para ações corporativas. Os outros 11,5 mil lugares serão comercializados por longos períodos, chamados de PSL (Licença de Assento Pessoal, na sigla em inglês). 

Na prática, eles funcionarão como uma espécie de cadeira cativa, mas por tempo limitado. O torcedor interessado pode comprar o pacote de três, cinco ou sete anos, e terá o assento reservado em todos os jogos do Corinthians. Caso não possa ir ao estádio, ele tem o direito de revender o bilhete por meio de um sistema do próprio clube.

Dessa forma, o Corinthians espera inibir a atuação de cambistas, já que a transação respeita as leis de tributação e foge do cambismo propriamente dito, tipificado como crime. Além disso, garante que o estádio sempre possa estar lotado, mesmo que todos os assentos disponíveis tenham sido negociados, copiando o modelo de sucesso do Barcelona.

A expectativa do clube é generosa. Em 2014, o Corinthians espera fazer alguns jogos no Itaquerão quando esse não estiver sob o comando da Fifa. Esses jogos devem ser incluídos no pacote de bilhetes de 2015 em diante, que começarão a ser vendidos em breve.

Os gestores do estádio acreditam que na primeira temporada completa do clube na nova casa, 75% dos 11,5 mil lugares terão sido negociados, o que já garantiria por si só uma verba considerável para a manutenção do espaço, grande desafio do Corinthians daqui em diante. 

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