Voluntários da Fifa se surpreendem com apoio mundial após protestos no Maracanã

Bruno Thadeu e Vinicius Konchinski

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro

Responsáveis pelos protestos dentro do Maracanã na festa de encerramento da Copa das Confederações, os voluntários da Fifa Cláudia Wer, Elton Moraes e Alex Tietre se dizem surpresos com a repercussão gerada. Os dias que sucederam às manifestações no campo foram marcados por entrevistas e por mensagens de apoio vindas de vários países.

Cláudia e Elton protestaram na festa contra o processo de privatização do Maracanã. Os dois se conheceram durante os ensaios para o evento. Ela enrolou a faixa no corpo, conseguindo driblar a segurança.

"Foi impressionante a repercussão pelo mundo. Eu não imaginava que seria tanto. Recebi mensagens de apoio no Twitter vindos de americanos, alemães, italianos e argentinos. Eles elogiaram nossa atitude e se dizem satisfeitos por representá-los em uma discussão tão importante", disse Cláudia, que defendeu a manutenção do Maracanã como um bem público.

O ator Alex Tietre percebeu quase que instantaneamente a repercussão de seu protesto no Maracanã. Ele tem 35 anos e é homossexual.

"É gente de todo lado me ligando. Tem repórteres até do exterior querendo falar comigo", contou ele, em entrevista por telefone. Minutos antes de atender ao UOL Esporte, Alex havia acabado de conceder uma entrevista ao vivo para uma rádio nacional. "Agora até esqueci o nome da empresa. É tanta entrevista. Está complicado."

A ideia de protestar ocorreu um dia antes da cerimônia. Alex decidiu mostrar uma bandeira com as cores do arco-íris e a frase "Ser gay é mara... aberração é o preconceito!" em pleno Maracanã. Desde então, seu telefone não parou mais de tocar.

Alex disse que alguns políticos já o procuraram para demonstrar apoio ao seu ato no Maracanã. O ator se diz contente com a repercussão do protesto. Revelou, no entanto, que o reconhecimento relâmpago o assusta um pouco, principalmente, pela causa que ele defendeu.

"Ainda existe muito preconceito. Tenho medo de alguma agressão. Minha mãe também está preocupada".

Os três ativistas se dizem "escalados" para novas manifestações .  

"A ideia era manifestar dentro do Maracanã todo o descontentamento do povo carioca com a privatização do nosso estádio. Muitos não tiveram essa coragem. Como carioca e flamenguista, irei para as ruas protestar sempre que precisar", disse Elton, 30 anos, estudante.

"Vocês vão me ver na rua para defender o Maraca. Não seremos líderes. Seremos apenas mais um nessa luta para defender o que é nosso", enfatiza Cláudia.

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