Marin elogia "festa" da torcida e diz que seleção não se deslumbra com título
Luiz Gabriel Ribeiro e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Júlio César Guimarães/UOL
Marin não deu atenção às manifestações com críticas à realização da competição e elogiou o evento
A Copa das Confederações terminou com o título da seleção brasileira, mas também teve momentos de tensão por causa da série de protestos organizados no entorno das praças esportivas que receberam as partidas. José Maria Marin, presidente da CBF, não deu atenção às manifestações realizadas em todo o Brasil, com críticas à realização da competição. O cartola ressaltou e elogiou a festa dos torcedores brasileiros dentro e até fora dos estádios. Destacou também que o time de Luiz Felipe Scolari não irá se deslumbrar com a vitória por 3 a 0 sobre a Espanha no Maracanã.
Em evento de balanço da Copa das Confederações realizado nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, Marin falou em tom eufórico a respeito do apoio da população à competição e à seleção. "Blatter [presidente da Fifa] reconheceu que houve uma manifestação maravilhosa dentro e fora dos estádios, onde a vitória da seleção ficou em um plano igual à festa dos torcedores. Tivemos um apoio maciço e espontâneo. Os estrangeiros saberão que futebol é futebol. Houve festa, educação e solidariedade nos estádios", comentou Marin.
O cartola foi endossado pelas palavras do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que disse que o o título do Brasil poderá amenizar os protestos no futuro. "A conclusão que tiro com o resultado no esporte é a de que tenho a impressão que a pressão vai amenizar, não sei em quanto tempo", disse.
Sobre o título, Marin destacou que o momento não é de euforia, já que existe um objetivo maior em 2014. "Não escondo minha justa alegria e contentamento, mas nós não estamos deslumbrados. Somos conscientes da nossa responsabilidade. Foi cumprida uma etapa da nossa grande meta, que é a Copa", afirmou o cartola, ressaltando que a CBF já recebeu cumprimentos dos ex-presidentes Lula, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney pela conquista.
Marin ainda ressaltou o otimismo em relação ao torneio do próximo ano e mostrou que o apoio dos torcedores será fundamental. "Se contarmos mais uma vez com o apoio da torcida, temos certeza que vamos corresponder", disse.
No único momento em que falou sobre os protestos contra a Copa das Confederações, o presidente da CBF explicou que é contra apenas aos atos de violência. "Me considero um democrata. Qualquer manifestação pacífica tem que ser respeitada, faz parte da democracia. O que não admito é o roubo, a violência. Ninguém quer isso. Até respeito a manifestação pacífica. Além da conquista da Copa, ficou evidente a nossa democracia", encerrou.
*Atualizada às 17h45