Manifestantes invadem prédio da CBF horas antes da final da Copa das Confederações

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

Manifestantes da Frente Nacional de Torcedores tomaram um dos prédios da CBF na Barra da Tijuca , no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo, horas antes da decisão da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha. O endereço invadido é o mesmo que lida com acusações de superfaturamento - a entidade desembolsou cerca de R$ 70 milhões pelo imóvel.

O principal alvo do ato é a figura de José Maria Marin à frente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa (COL). De acordo com João Hermínio Marques, líder do movimento, o protesto tem o objetivo de pedir a saída do cartola do comando da entidade.

"Queremos sua saída por falta de aptidão moral, por sua incapacidade administrativa e por ser um filhote da ditadura", disse Marques, durante o ato pacífico deste domingo.

Antes de se dirigirem ao prédio da CBF, os manifestantes chegaram a entrar em outro imóvel das imediações, mas foram avisados que não se tratava do alvo do protesto.

Além de faixas e cartazes, os manifestantes entoaram gritos de ordem, como "A Copa não é sua, a Copa é das empreiteiras" e "médico é mais importante que Neymar".

Os participantes do protesto também reivindicam a regulamentação esportiva (PEC 202), com exaltação à figura do ex-jogador Sócrates, morto em 2011. A Frente Nacional dos Torcedores promete se dirigir ao Maracanã ainda antes do início da final da Copa das Confederações, para dar sequência ao ato.

O grupo divulgou nota para explicar a mobilização na manhã deste domingo no Rio de Janeiro. Confira um trecho abaixo:

"O futebol brasileiro vivencia um processo de elitização teatral. Os estádios populares estão sendo transformados em arenas elitistas, as arquibancadas estão sendo encadeiras, e nossa cultura popular torcedora está sendo reprimida com o avanço desse modelo submisso aos interesses da máfia da bola e da FIFA. O higienismo social é cada vez maior com os valores absurdos dos ingressos. A pasteurização das torcidas é intensificada com os recorrentes casos de abuso policial, que são aplaudidos por uma grande mídia vendida que deseja criminalizar a cultura torcedora.

Estamos aqui nesse castelo da corrupção que custou milhões de reais para exigir a saída imediata de José Maria Marin (vulgo Zé Medalha) do comando da CBF e Comitê Organizador Local da Copa 2014. José Maria Marin deve renunciar ao cargo, pois não possui qualquer capacidade político-administrativa, nem mesmo tem aptidão moral para seguir no comando da CBF. Da mesma maneira, o Governo brasileiro deve impor a saída de Marin do COL-2014, afinal, um filhote da ditadura não pode conduzir a Copa do Mundo. O lugar de Marin é na Comissão Nacional da Verdade, ou em alguma clínica de reabilitação para cuidar de sua cleptomania. Fora Marin!"

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